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Ameaça de sanções do regulador alemão leva investidores do N26 a querer substituir fundadores

A liderança do N26 enfrenta problemas após avisos da BaFin. Fundadores devem sair até dezembro, e o banco tenta resolver falhas de gestão e regulatórias.

18 Ago 2025 - 11:32

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Valentin Stalf e Maximilian Tayenthal, co-fundadores da N26 | Foto: N26

Valentin Stalf e Maximilian Tayenthal, co-fundadores da N26 | Foto: N26

O banco digital N26 tem a sua liderança na corda bamba. A ‘fintech’ mais valiosa da Alemanha recebeu avisos da BaFin no mês passado, o que está a levar a uma negociação entre os investidores e os fundadores e co-CEO da empresa para que estes últimos abandonem as suas posições, segundo reporta o Financial Times (FT).

As conversações devem levar a que os dois fundadores, Valentin Stalf e Max Tayenthal, deixem o banco até ao final do ano, com o primeiro a sair a 1 de setembro e o segundo a 31 de dezembro, revelam duas pessoas conhecedoras do assunto, citadas pelo jornal britânico. O atual presidente do Conselho de Supervisão, Marcus Mosen, está a ser encaminhado para ser co-CEO interino, indicam as mesmas fontes.

O supervisor propôs um aviso formal a dois membros da Comissão Executiva, bem como a nomeação de um monitor especial, após ter encontrado deficiências na gestão de risco. O relatório anual do N26 revela que a BaFin encontrou “deficiências nos sistemas de controlo interno, processos e na organização em geral”.

Recorde-se que o banco, há cerca de um ano, se livrou de um ‘growth cap’ que estava em vigor devido a lacunas prévias. O supervisor levantou este ‘cap’ há meses, tendo considerado este desnecessário, tal como a supervisão de um monitor especial. No relatório anual, o N26 revelou que lançou um plano para colmatar as falhas apontadas pela BaFin até março do próximo ano e que este trabalho estava a ser supervisionado diretamente pela Comissão Executiva.

Estas complicações regulatórias e de gestão, revelam fontes conhecedoras do tema, têm complicado os esforços de levantar mais capital, tendo o banco posto em ‘stand by’ uma ronda de financiamento lançada no início do ano.

De acordo com o FT, a empresa tem estado a explorar forma de comprar a parte dos investidores que inicialmente apoiaram o banco numa ronda de financiamento em 2021, altura em que foi avaliado em 7,7 mil milhões de euros. No entanto, este plano não seguiu em frente. Os investidores iniciais, entres os quais a Third Point Ventures e a Coatue Management, tiveram uma garantia de retorno anual de 25% sobre o capital investido, segundo indicam duas pessoas familiarizadas com estes processos.

O novo acordo em discussão prevê que os investidores aceitem um corte neste retorno em troca dos fundadores abdicarem do seu direito de veto em grandes decisões. Stalf e Tayenthal poderiam ainda nomear duas pessoas para o Conselho de Supervisão – incluindo eles mesmos – sujeitas a aprovação pela BaFin. No entanto, os membros atuais do conselho opõem-se à sua nomeação direta, de acordo com pessoas citadas pelo FT.

Estes membros acreditam que a entrada de um CEO no órgão sem um período de nojo coloca em risco a independência da estrutura e a sua capacidade de agir como um supervisor da Comissão Executiva.

Uma das fontes do Financial Times indica que o acordo pode ser finalizado dentro de dias. Contudo, outras fontes envolvidas na discussão avisaram que não há ainda qualquer decisão final nem uma assembleia de acionistas agendada para aprovar quaisquer alterações.

Sobre tudo isto, o N26 reiterou apenas que não comenta sobre especulação e que todos os aspetos das interações entre o banco e a BaFin são confidenciais. Mais ainda, a empresa alertou para a “especulação sobre os conteúdos de tais discussões”.

A BaFin, o Conselho de Supervisão, a Third Point e a Coatue recusaram comentar.

Em Portugal e Espanha, o banco é liderado por Antón Díez Tubet.

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