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Angola emite dívida em Eurobonds e paga juros de 9,78%

Analistas criticam emissão por ter prazos muito curtos e uma taxa de juro acima da média, refletindo as dificuldades da economia angolana.

14 Out 2025 - 10:22

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Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Vários analistas consideraram, nesta terça-feira, que a nova emissão de Eurobonds pelo Governo angolano contraria a Estratégia de Endividamento do Estado, apresentando maturidades mais curtas e taxas de juro superiores às metas definidas.

Dez anos depois da primeira emissão de Eurobonds, o Ministério das Finanças de Angola (Minfin) realizou, na semana passada, uma nova emissão de dívida soberana internacional, no montante total de 1,75 mil milhões de dólares (cerca de 1,62 mil milhões de euros), repartidos em duas tranches.

A primeira tranche, no valor de mil milhões de dólares, tem uma maturidade de cinco anos (2030) e um cupão de 9,25%, enquanto a segunda, de 750 milhões de dólares, apresenta uma maturidade de dez anos (2035) e um cupão de 9,78%.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério das Finanças, as intenções de investimento superaram em cerca de três vezes o montante colocado, refletindo algum apetite dos investidores pelos títulos angolanos.

A operação, que excedeu em 250 milhões de dólares o valor inscrito no Plano Anual de Endividamento de 2025 (1,5 mil milhões de dólares), poderá ser justificada pelas necessidades de financiamento em moeda estrangeira do Orçamento Geral do Estado para 2025, bem como pela diversificação das fontes de financiamento e pela otimização da gestão da dívida pública, indica uma nota de research do Banco Millennium Atlântico (BMO), instituição participada pelo português Millennium BCP.

Segundo os analistas do BMO, a operação, embora revele interesse por parte dos investidores, “representa um desvio face ao que estava definido na Estratégia de Endividamento 2024-2026, que recomendava evitar emissões com maturidades inferiores a 15 anos, de modo a reduzir a concentração do serviço da dívida no curto prazo e libertar espaço fiscal para o financiamento da estratégia de desenvolvimento”.

Os analistas sublinham ainda que “as taxas de juro acima dos 9%, verificadas nas tranches de 2025, estão acima das médias previstas na Estratégia de Endividamento”, refletindo “as condições de financiamento pouco apelativas nos mercados internacionais para a economia angolana, influenciadas pela evolução do preço do petróleo, pela classificação de risco do país e pela manutenção de taxas de juro elevadas em economias mais competitivas, como os Estados Unidos”.

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