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3 min leitura

As pessoas: o fator decisivo nas fusões e aquisições

Dalila Pinto de Almeida , Consultora de Capital Humano

10 Nov 2025 - 07:15

3 min leitura

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Quando pensamos naquilo que determina o sucesso de uma fusão ou aquisição a atenção
recai quase sempre sobre os números: a avaliação do negócio, a due diligence financeira,
a estrutura da operação, o envolvimento do Board ou o plano de integração. Mas, na
realidade, são as pessoas — e não as folhas de cálculo — que definem o rumo de uma
transação.

Na última edição da TechExit, em Toronto – um encontro de empreendedores e
investidores onde se discutem tendências globais de M&A –, emergiu uma mensagem
clara: os primeiros 100 dias após uma operação são decisivos, e o fator humano é o que
mais influencia o seu desfecho.

A cultura, a confiança e a liderança foram apontadas como os três pilares críticos. A
cultura vem em primeiro lugar, porque a integração começa nas pessoas e não nos
sistemas; a transparência gera confiança, que é o alicerce de qualquer mudança; e a
liderança deve pôr o ego de parte, compreendendo que são as pessoas que fazem o
negócio. Ignorar este facto é um erro que pode comprometer até a melhor das estratégias.

Os dados confirmam esta evidência. Estudos indicam que cerca de 70% das operações de
F&A não geram o retorno esperado. De acordo com a KPMG, 47% dos principais talentos
abandonam a empresa até um ano após a transação. A McKinsey estima que 65% das
sinergias falham por motivos humanos, e a Bain reforça que 90% dos investidores
subestimam as questões culturais.

Perante estes números, a conclusão é inequívoca: a dimensão humana deve integrar a
própria due diligence. Não basta analisar balanços e projeções; é preciso compreender a
cultura, as motivações e os medos de quem vai dar continuidade ao projeto. Diagnósticos
culturais bem conduzidos permitem alinhar valores, reter talentos-chave, envolver
equipas numa nova visão partilhada e identificar competências a desenvolver para a etapa
seguinte.

Mais do que um processo técnico, uma fusão é uma travessia emocional. Liderar com
empatia, comunicar com transparência e reconhecer o impacto humano da mudança são
condições indispensáveis para que a nova organização se consolide com coesão e
propósito.

No fim, as sinergias só se concretizam quando há confiança. Quando colocamos as
pessoas no centro das decisões, aceleramos o retorno do investimento, reforçamos o
compromisso interno e garantimos que o crescimento se faz sobre bases humanas
robustas.

Em suma, nas fusões e aquisições, como em qualquer transformação, os números contam
— mas são as pessoas que lhes dão sentido.

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