À medida que os jovens recorrem cada vez mais a fornecedores de tecnologia não bancários não regulamentados para suas necessidades bancárias, a inovação no setor bancário não é apenas uma opção – é um imperativo, disse a presidente cessante da Associação Americana de Bancos (AAB), Julieann Thurlow, na conferência anual desta organização.

No seu discurso, nesta segunda-feira, em Nova Iorque, Thurlow discutiu o “tsunami” de regulamentação bancária que o setor enfrenta, afirmando que o ambiente regulamentar “fez de todos nós responsáveis pela conformidade e gestores de risco”.

Mas também sublinhou a necessidade de os bancos se manterem relevantes para a próxima geração de clientes. Os jovens de hoje estão a voltar-se para aplicações não bancárias e outros produtos para a gestão do seu dinheiro, com os bancos a assumirem um papel pouco mais do que “hotéis de cheque de pagamento”.

“As empresas de tecnologia eliminaram o atrito dos nossos produtos e transferiram os consumidores e o seu dinheiro para os seus balanços, e isso está fora do setor regulamentado”, disse Thurlow. “A este ritmo, tudo o que nos restará nos nossos balanços são depósitos de alto custo e empréstimos comerciais, e os reguladores deveriam ter muito medo desse perfil. Eu sei que eu tenho. Mas é também um sinal de alerta para a inovação”, referiu, segundo informação divulgada pela AAB.

“Como banqueiros, temos de compreender quais são as necessidades da geração mais jovem, ouvir realmente o que dizem sobre o seu dinheiro e a forma como acedem e utilizam os serviços financeiros”, disse Thurlow. “Garanto-vos que irão aprender algo surpreendente que irá desafiar a vossa forma de pensar. A inovação é uma prioridade para a ABA e para o seu futuro roteiro. A inovação tem o poder de nos ajudar a chegar à próxima geração de clientes bancários de uma forma diferente, mas precisamos de fazer o trabalho para descobrir porque é que os clientes estão a escolher outros produtos e outras organizações”.