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Banco Sabadell voltará a ter sede na Catalunha sete anos após tentativa separatista
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A situação política na Catalunha é agora mais estável, com um governo não independentista. Decisão surge numa altura em que o Sabadell é alvo de uma OPA por parte do BBVA.
23 Jan 2025 - 10:04
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Foto: Banco Sabadell
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Foto: Banco Sabadell
O banco Sabadell, o quarto maior banco de Espanha, vai voltar a ter a sua sede social na Catalunha, de onde a retirou em 2017 por causa da tentativa de independência da região, anunciou nesta quarta-feira a entidade financeira. A decisão de voltar a ter a sede na Catalunha foi tomada numa reunião extraordinária do Conselho de Administração do Sabadell, segundo um comunicado do banco enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha. O Conselho de Administração considera que “é o momento” de o Sabadell “voltar à cidade de origem”, uma vez que “as circunstâncias” que levaram à transferência da sede há mais de sete anos “já não existem”.
Em outubro de 2017, após um referendo ilegal sobre a autodeterminação da Catalunha e uma declaração unilateral de independência por parte do parlamento e do governo autonómicos, cerca de 3000 empresas retiraram as sedes da região e transferiram-nas para ouras comunidades autónomas de Espanha. Desses milhares de entidades, menos de uma dezena voltou a levar a sede para a Catalunha, segundo dados recolhidos pela imprensa local, e o Sabadell – fundado em 1881 na cidade catalã do mesmo nome – é a primeira das grandes empresas a tomar esta decisão.
Outro grande banco de Espanha de origem catalã, o CaixaBank, que em Portugal controla o BPI, tem assegurado que não pretende voltar a ter a sua sede social na Catalunha e que a manterá na Comunidade Valenciana (a mesma região onde o Sabadell tem atualmente a sede). Em 2017, os bancos justificaram as transferências das sedes com a necessidade de segurança jurídica, de garantirem a proteção das regras de supervisão do BCE (Banco Central Europeu) e de continuarem a operar com toda a normalidade dentro do sistema bancário europeu.
A decisão do Sabadell ocorre num momento em que a Catalunha tem, desde agosto passado, o primeiro governo regional não independentista em 14 anos e um parlamento autonómico em que os partidos separatistas perderam a maioria absoluta que mantiveram durante mais de uma década.
Por outro lado, o Sabadell avançou com a decisão coincidindo com uma OPA (oferta pública de aquisição) hostil de que está a ser alvo por parte de outro banco espanhol, o BBVA. Esta OPA data de maio de 2024 e foi feita após a primeira abordagem ser rejeitada pelos acionistas do Sabadell. Entretanto, o BBVA já fez ajustes à sua oferta.
As reações de políticos, empresários e sindicatos dividiram-se precisamente entre as que justificam a decisão do Sabadell com uma tentativa de o banco se proteger da OPA e as que a atribuem à nova etapa política catalã, vendo aqui mais uma certificação de que a região recuperou a estabilidade jurídica e encerrou o processo independentista que durante uma década condicionou a política regional e nacional e, sobretudo após 2017, teve impactos negativos na economia regional. A deslocalização de empresas implicou, por exemplo, que as entidades passassem a pagar impostos na região para onde mudaram as sedes.
As vozes que sublinharam a questão da OPA realçaram como nos útimos meses o governo regional catalão e os principais atores políticos e económicos da Catalunha se alinharam com o Sabadell contra a intenção do BBVA. O ministro da Economia de Espanha, Carlos Cuerpo, afirmou que a decisão do Sabadell é totalmente do âmbito empresarial, descartando que possa estar relacionada com a OPA do BBVA, um processo que está neste momento sob o escrutínio da CNMV, que o Governo espanhol respeita e em que não intervém. Carlos Cuerpo considerou “muito natural” a decisão do banco, atendendo à situação na Catalunha, considerando que desapareceram as circunstâncias que levaram à transferência da sede do Sabadell em 2017.
“É uma boa notícia que indica, com toda a modéstia e humildade, que vamos pelo bom caminho, que é o caminho do bom governo, da estabilidade institucional, da segurança jurídica e da geração de confiança”, disse por seu turno o presidente do governo catalão, Salvador Illa.
Tanto o Governo de Espanha como o executvo autonómico catalão são atualmente liderados pelo partido socialista.
LAA com Agência Lusa
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