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Bancos oferecem um “desconto climático” a famílias e empresas “verdes”

Blog do BCE mostra que as condições de crédito são mais exigentes para companhias poluidoras e famílias que não investem na eficiência energética das suas casas.

11 Nov 2025 - 07:15

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Foto: Freepik

Foto: Freepik

Numa altura em que decorre a 30.ª Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP30), até ao próximo dia 21, em Belém, no Brasil, o Banco Central Europeu (BCE) vem demonstrar que as preocupações climáticas têm impacto não só sobre o ambiente, mas também sobre as condições em que os bancos concedem crédito a famílias e empresas.

No blog do BCE, intitulado “O desempenho climático é importante para o crédito bancário na zona do euro”, divulgado na passada segunda-feira, o supervisor financeiro europeu afirma existirem “evidências” de que os bancos estão a oferecer um “desconto climático” aos clientes mais comprometidos com o meio ambiente.

De acordo com o Inquérito Trimestral sobre Empréstimos Bancários, que o BCE realiza junto de 150 instituições financeiras da zona euro, os bancos referem estar a conceder empréstimos em condições mais favoráveis às empresas com melhor desempenho climático, podendo penalizar as companhias mais poluidoras.

“Um saldo líquido de 20% dos bancos consultados afirmou esperar flexibilizar os critérios de crédito para empresas verdes, e 13% planeiam fazê-lo para empresas em transição. Por outro lado, um saldo líquido de 35% indicou que o risco climático resultaria em condições de empréstimo mais rigorosas para empresas com elevadas emissões.
As empresas expostas a riscos físicos decorrentes das alterações climáticas também poderão enfrentar financiamentos mais caros”, refere o BCE.

O Inquérito sobre Empréstimos Bancários (BLS) da zona euro acrescenta que “reduzir as emissões de carbono de uma empresa ou melhorar a eficiência energética de um edifício pode ajudar empresas e famílias a obterem crédito em condições mais favoráveis”.

Segundo o blog do BCE, isto significa que “os bancos estão efetivamente a oferecer um verdadeiro ‘desconto climático’ na sua avaliação de risco para empresas verdes e para aquelas que se encontram em transição”.

No caso dos particulares, esta política é mais evidente no crédito à habitação, com os bancos a concederem melhores condições de financiamento para imóveis com alto desempenho energético e a penalizarem o crédito para imóveis com baixo desempenho.

As famílias que investem na modernização energética das suas habitações conseguem empréstimos em condições significativamente mais vantajosas do que aquelas que deixam degradar o desempenho energético das suas casas.

No que respeita ao crédito ao consumo, nomeadamente na compra de automóveis, ainda não existem dados conclusivos que permitam confirmar uma distinção clara entre veículos elétricos ou híbridos e os movidos a combustão — embora o BCE reconheça que esta tendência poderá acentuar-se no futuro.

O BCE acrescenta que, “olhando para o futuro, e com base nas expectativas dos bancos, o impacto favorável do desempenho energético dos edifícios com alta eficiência poderá superar o impacto restritivo associado aos edifícios com baixo desempenho energético nos próximos 12 meses. Em contrapartida, a percentagem líquida de bancos que prevê um impacto restritivo devido ao risco físico aumentou.”

“De forma geral, um melhor desempenho energético dos edifícios deverá continuar a melhorar as condições de crédito no setor imobiliário, enquanto o risco físico é uma preocupação crescente para uma parte significativa dos bancos. Além disso, tal como acontece com os empréstimos às empresas, espera-se que o apoio fiscal relacionado com o clima continue a ter um impacto positivo nas condições de crédito bancário para o financiamento imobiliário”, conclui o supervisor europeu.

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