O BBVA anuncia que está a fortalecer a proteção dos seus sistemas e dados de clientes com o lançamento da ‘Cryptography Transformation Journey’, um plano estratégico desenvolvido para garantir a segurança digital de dados perante os desafios da computação quântica.

“Com este movimento, o BBVA posiciona-se como líder no setor financeiro, antecipando-se a uma das maiores ameaças tecnológicas do futuro”, informa num comunicado divulgado nesta segunda-feira.

Na mesma nota, o banco espanhol diz ser o primeiro banco europeu a desenvolver uma estratégia abrangente para a transição para a criptografia quântica segura. “A computação quântica promete revolucionar diversos setores com a sua capacidade de processar informações em velocidades inatingíveis pelos computadores atuais. No entanto, esse avanço também representa um desafio para a segurança digital, pois os computadores quânticos podem violar os algoritmos criptográficos que atualmente protegem as transações financeiras, as comunicações e a integridade dos dados”, explica o banco.

A estratégia é baseada em três pilares: identificação e gestão centralizada de todos os elementos criptográficos; implementação de uma arquitetura flexível que permite que as propriedades criptográficas sejam atualizadas sem afetar os sistemas; cumprimento das regulamentações atuais e futuras de segurança digital com o desenho de um novo modelo de governança criptográfica.

Ao criar uma ferramenta inovadora de inventário criptográfico, o banco poderá mapear todos os mecanismos de criptografia presentes nas suas plataformas e serviços, facilitando a transição para modelos de proteção seguros em termos quânticos.

“O futuro da segurança cibernética exige antecipação e adaptabilidade. No BBVA, lideramos essa transformação para garantir que os nossos clientes operem com a máxima segurança na era digital”, destaca Miguel Jiménez, responsável pelo projeto Quantum Safe, que enfatiza que a segurança cibernética não é apenas uma questão tecnológica, mas um compromisso com a confiança do cliente.

Europol pede implementação de criptografia quântica

Recorde-se que há pouco mais de um mês a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial alertou para a necessidade de as instituições financeiras transitarem, de forma coordenada e o quanto antes, para sistemas de segurança impossíveis de ‘hackear’.

Na altura, a Europol apelou à transição de forma a combater os riscos de crime possibilitados pelas novas capacidades computacionais.

A criptografia é a capacidade de proteger informações legíveis transformando-as em dados ilegíveis, impedindo que pessoas não autorizadas tenham acesso ao seu conteúdo. Os bancos, por exemplo, utilizam criptografia para proteger informações financeiras, garantir a privacidade dos clientes e impedir fraudes, sendo essencial para a segurança das transações bancárias, senhas, cartões de crédito e dados sigilosos.