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BCE com prejuízo de 7,9 mil milhões de euros em 2024
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O Banco Central Europeu informa que, em resultado das perdas, não haverá distribuição de lucros aos bancos centrais nacionais da área do euro em 2024.
20 Fev 2025 - 12:13
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Foto: LinkedIn de Christine Lagarde
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Foto: LinkedIn de Christine Lagarde
O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta quinta-feira as suas demonstrações financeiras referentes a 2024, reportando um prejuízo de 7,9 mil milhões de euros. Este valor representa um aumento significativo face ao prejuízo de 1,3 mil milhões de euros registado em 2023.
A principal causa deste aumento nas perdas está relacionada com os elevados gastos com juros, resultantes das taxas de juro mais altas aplicadas aos passivos do BCE (ex: depósitos de bancos), enquanto os rendimentos dos ativos, adquiridos em períodos de taxas mais baixas, não acompanharam este aumento.
Além disso, ao contrário de 2023, quando o BCE utilizou a totalidade da sua provisão para riscos financeiros (6,6 mil milhões de euros) para mitigar as perdas, em 2024, não havia provisões disponíveis para esse fim. O BCE prevê que, embora possam ocorrer perdas nos próximos anos, estas deverão ser inferiores às registadas em 2023 e 2024. Independentemente destas perdas, o BCE mantém a capacidade de cumprir eficazmente o seu mandato de assegurar a estabilidade de preços, refere em comunicado.
“As perdas surgem após muitos anos de lucros substanciais e são o resultado de medidas de políticas tomadas pelo Eurosistema, necessárias para cumprir o seu mandato primordial de manutenção da estabilidade de preços. Estas políticas exigiram que o BCE expandisse o seu balanço através da aquisição de ativos financeiros, na sua maioria com taxas de juro fixas e prazos longos. Tal foi acompanhado por um aumento correspondente das responsabilidades, sobre as quais o BCE paga juros a taxas variáveis. Assim, os aumentos das taxas de juro diretoras do BCE em 2022 e 2023, que visavam combater a inflação elevada na área do euro, resultaram em aumentos imediatos dos juros e custos equiparados destes passivos, ao passo que os juros e proveitos equiparados dos ativos do BCE, em particular dos títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) e do programa de compra de ativos de emergência por pandemia (pandemic emergency purchase programme – PEPP), não aumentaram na mesma medida”, explica o BCE em comunicado.
O regulador europeu refere que a perda de 2024, tal como a perda do ano anterior, permanecerá no balanço do BCE para ser compensada com lucros futuros. Em resultado das perdas, não haverá distribuição de lucros aos bancos centrais nacionais da área do euro em 2024.
O BCE pode ainda registar perdas nos próximos anos. Se for esse o caso, espera que essas perdas sejam inferiores às registadas em 2023 e 2024. Posteriormente, espera-se que o BCE volte a registar lucros. “Em qualquer caso, o BCE pode funcionar eficazmente e cumprir o seu mandato primordial de manutenção da estabilidade de preços, independentemente de eventuais perdas. A solidez financeira do BCE é ainda sublinhada pelo seu capital e pelas suas substanciais contas de reavaliação, que, no seu conjunto, ascendiam a 59 mil milhões de euros no final de 2024, ou seja, 13 mil milhões de euros mais do que no final de 2023”, informa o Banco Central Europeu.
O BCE informa ainda que o total de custos com pessoal aumentou para 844 milhões de euros (676 milhões de euros, em 2023), sobretudo devido aos custos mais elevados dos benefícios pós-emprego, decorrentes de uma alteração das regras que regem os planos de pensões do BCE em 2024. Os outros custos administrativos aumentaram para 626 milhões de euros (596 milhões de euros, em 2023), sobretudo devido a despesas de TI mais elevadas relacionadas com a transformação digital, refletindo também o impacto da inflação.
As receitas de taxas de supervisão (taxas cobradas às instituições de crédito supervisionadas para recuperar despesas incorridas pelo BCE no desempenho das suas funções de supervisão) ascenderam a 681 milhões de euros (654 milhões de euros, em 2023).
A dimensão total do balanço do BCE diminuiu 33 mil milhões de euros, passando para 641 mil milhões de euros (673 mil milhões de euros, em 2023), refletindo sobretudo a redução gradual dos títulos detidos ao abrigo do APP, devido a reembolsos.
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