Subscrever Newsletter - Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa no sistema financeiro.

Subscrever Newsletter

Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa no sistema financeiro.

Submeter

Ao subscrever aceito a Política de Privacidade

4 min leitura

BCE diz que o custo do euro digital para os bancos será reduzido

Testes de stress em 2026 não terão cenário único, mas vão incorporar reações das instituições financeiras aos riscos geopolíticos

13 Out 2025 - 17:40

4 min leitura

Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do BCE | Foto: BCE/ Adrian Petty

Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do BCE | Foto: BCE/ Adrian Petty

O Banco Central Europeu (BCE) considera que os custos para os bancos com a introdução do euro digital serão reduzidos e que a criação deste novo meio de pagamento não representa uma ameaça para o setor bancário.

A afirmação foi feita nesta segunda-feira por Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, durante uma audição na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

Confrontada por vários eurodeputados com as estimativas de custos operacionais do euro digital — que alguns apontaram poder rondar dois mil milhões de euros —, a responsável do BCE afirmou que “os números que têm sido apresentados publicamente são muito exagerados, pois resultam de extrapolações para todo o setor financeiro, incluindo até a substituição de caixas Multibanco”. “O euro digital é uma resposta dos bancos centrais à crescente digitalização dos pagamentos e não constitui uma ameaça para o setor bancário”, acrescentou Claudia Buch, sublinhando que “o custo estimado pelo BCE para a sua implementação é muito reduzido”.

Outro tema abordado na audição foi a simplificação das regras de supervisão e a realização dos testes de stress.

Na sua intervenção inicial, Claudia Buch explicou que, relativamente aos testes realizados este ano, “o cenário adverso pressupõe um agravamento das tensões geopolíticas, aliado a tarifas mais elevadas, resultando em maior incerteza, menor confiança do mercado e menor crescimento económico. Nesse cenário, o índice de crédito malparado (NPL) subiria para 5,8%, atingindo níveis observados pela última vez em 2014. Atualmente, os NPL situam-se em torno de 2%. As perdas agregadas totalizariam 628 mil milhões de euros, o que representa 80 mil milhões, ou 14%, a mais do que no teste de stress anterior.”

Nos testes de stress previstos para 2026, o BCE vai questionar quais os cenários de risco geopolítico específicos que podem afetar de forma significativa a rentabilidade, solvência e liquidez de cada banco, adiantou a presidente do Conselho de Supervisão.

Os resultados obtidos servirão para complementar os deste ano, que se basearam num cenário comum a todas as instituições financeiras.

Claudia Buch referiu ainda que “nas suas projeções financeiras e de capital, os bancos preveem apenas uma ligeira queda da rentabilidade neste e nos próximos anos. No entanto, tarifas mais elevadas podem provocar uma desaceleração económica mais acentuada do que a atualmente prevista, podendo os bancos enfrentar alterações nas avaliações de mercado, um crescimento mais fraco do crédito, maiores provisões para perdas com empréstimos e menor rentabilidade.” “Estamos a reformar a supervisão europeia para garantir que o sistema bancário se mantenha resiliente, apoiando o crescimento e a estabilidade financeira. Um quadro regulatório europeu forte e integrado é a base do nosso trabalho”, afirmou Buch.

A responsável sublinhou ainda que “agora é o momento de nos prepararmos melhor para crises futuras. O progresso no Sistema Europeu de Seguro de Depósitos é um elemento fundamental, baseado no trabalho anterior do Parlamento Europeu. Uma rede de segurança coletiva fiável reduziria o risco de saídas de depósitos em tempos de stresse e promoveria a integração dos mercados bancários europeus.“Os desafios atuais exigem mais Europa, não menos. A harmonização das regras nacionais melhoraria significativamente a integração, reforçaria a concorrência e aumentaria a eficiência. A harmonização é um motor essencial da simplificação, e a união dos mercados de capitais pode ser um catalisador importante”, concluiu Claudia Buch.

Subscrever Newsletter

Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa no sistema financeiro.

Ao subscrever aceito a Política de Privacidade