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BCE mantém taxas de juro inalteradas e revê crescimento em alta para 2025
Acordo comercial com os EUA reduziu incertezas, mas impactos ainda estão por ver. Mercado de trabalho da Zona Euro continua resiliente.
11 Set 2025 - 15:16
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Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE
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Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE
O Banco Central Europeu (BCE) comunicou, nesta quinta-feira, a sua decisão relativa à política monetária da Zona Euro, com o Conselho Governador do BCE a optar por manter as taxas de juro de referência inalteradas. Assim, a taxa de juro sobre a facilidade permanente de depósitos mantém-se em 2%, a das principais operações de refinanciamento em 2,15% e da facilidade permanente de cedência de liquidez em 2,4%.
A par da decisão sobre a política monetária, o BCE atualizou ainda as suas previsões económicas. Destas, destaca-se a revisão em alta do crescimento económico para 2025, passando de 0,9% para 1,2%. Por outro lado, a previsão para 2026 baixou ligeiramente para 1%, enquanto o crescimento estimado para 2027 se manteve em 1,3%.
No que toca à inflação, o supervisor bancário não aponta alterações significativas, ficando em 2,1% em 2025, 1,7% em 2026 e 1,9% em 2027. A presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou que o banco central tem como objetivo de médio-prazo a inflação nos 2%, patamar em que está neste momento. “Vamos seguir uma abordagem dependente de dados e numa perspetiva de reunião em reunião para determinar a posição adequada em relação à política monetária”, explicou em conferência de imprensa. A presidente do BCE voltou a reiterar que não se comprometem com uma tendência específica sobre as taxas.
Tarifas, força do euro e competitividade inibem crescimento
Christine Lagarde realçou que há sinais positivos na economia, com a indústria e os serviços a crescerem. Também o mercado de trabalho se mantém resiliente, com a taxa de desemprego da Zona Euro, em julho, a fixar-se em 6,2%. Isto deve, estima Lagarde, impulsionar o consumo, especialmente se houver menos poupanças, tal como as previsões indicam.
Sobre os impedimentos a um maior crescimento em 2025, as culpas são atribuídas a tarifas mais elevadas, um euro mais forte e maior competitividade global. Contudo, o BCE espera que estes efeitos comecem a desaparecer no próximo ano. “Apesar dos recentes acordos comerciais terem reduzido, de alguma forma, a incerteza, o impacto geral no ambiente político global só vai tornar-se claro com o tempo”, acredita.
O Conselho Governador do BCE, adianta, considera ser “crucial” fortalecer com urgência a Zona Euro e a sua economia no ambiente geopolítico atual. “Os governos devem priorizar reformas estruturais que impulsionem crescimento e investimento estratégico, enquanto asseguram finanças públicas sustentáveis”, defende o BCE. Acrescenta ainda que é “crítico” completar a união bancária e dos mercados e estabelecer as normas legais para a potencial introdução do euro digital.
Por fim, o banco central vê o risco para o crescimento económico mais “equilibrado”. Para isto contribuiu o acordo comercial com os EUA, ainda que uma alteração neste campo possa afetar as exportações, prejudicando o investimento e o consumo. “Deterioração na confiança do mercado financeiro pode levar a condições de financiamento mais restritas, aversão ao risco e crescimento enfraquecido”, alerta o BCE. Já os conflitos armados na Ucrânia e na Palestina mantêm-se uma “enorme fonte de incerteza”.
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