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Centeno defende descida dos juros do BCE
Numa das últimas reuniões em que participa como governador do Banco de Portugal, refere que a inflação não pode permanecer muito tempo abaixo dos 2%
19 Set 2025 - 13:55
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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal | Foto: Banco de Portugal
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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal | Foto: Banco de Portugal
Durante uma das suas últimas reuniões como governador do Banco de Portugal, Mário Centeno deu uma entrevista à agência Bloomberg, na qual defende um novo corte das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). “Podemos aceitar uma inflação abaixo da meta (2%) durante alguns trimestres, mas, em determinado momento, teremos de agir, também para evitar um desancoramento das expetativas de inflação se esta se mantiver demasiado tempo abaixo da meta”, afirmou, acrescentando que “garantir uma inflação sustentadamente abaixo do objetivo não é a nossa missão e não estaria em linha com o nosso mandato.”
Presente em Copenhaga para a reunião do Eurogrupo e da ECOFIN, Centeno afirmou que os riscos para a evolução dos preços estão do lado descendente e que o próximo passo do BCE é mais provavelmente uma redução.
“Continuo a acreditar que os riscos da inflação estão do lado descendente porque os riscos para a atividade económica também estão nesse sentido”, disse Centeno. “Estamos confortavelmente sentados sobre uma pilha de riscos. Mas não devemos tornar-nos demasiado complacentes.”
Acrescentou ainda que, apesar do acordo alcançado em julho, o conflito comercial com os EUA não terminou e “provavelmente nunca ficará totalmente resolvido, dada a instrumentalização das tarifas nos EUA.”
“O crescimento está abaixo do potencial e a inflação cairá em breve abaixo da nossa meta, onde permanecerá durante algum tempo”, afirmou. “Continuo a acreditar que o mais provável é termos de aliviar ainda mais a política monetária.”
Esta posição de Centeno não é partilhada por vários elementos do BCE. Madis Muller, membro do Conselho do BCE, também presente em Copenhaga, pronunciou-se precisamente em sentido contrário à opinião do governador do Banco de Portugal: “Por agora, com as taxas de juro ligeiramente favoráveis ao crescimento e com a inflação no patamar onde desejamos que esteja, não creio que seja necessário fazer mais”, declarou. “O crescimento será impulsionado pela procura interna num futuro próximo.”
Muller falou ainda sobre o euro digital, afirmando que “é uma vantagem porque, se surgirem problemas técnicos no setor bancário, deveríamos dispor de uma alternativa eletrónica que funcione.”
Já o vice-presidente Luis de Guindos afirmou, na quinta-feira, que o risco de a inflação ficar aquém da meta não é elevado — sendo, de facto, bilateral e equilibrado. O presidente do Banco Central Alemão (Bundesbank), Joachim Nagel, mostrou-se confiante de que a inflação está controlada, referindo que as perspetivas para o médio e longo prazo são “muito estáveis.”
Na semana passada, o BCE manteve a taxa de depósito em 2%, a segunda vez que os responsáveis optaram por não acrescentar aos oito cortes de um quarto de ponto realizados no último ano. A Presidente Christine Lagarde defendeu que a política está “no ponto certo” para assegurar a estabilidade dos preços, embora uma atualização das projeções económicas tenha mostrado a inflação ligeiramente abaixo da meta em 2027.
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