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DBRS vê banca portuguesa sólida e com bons resultados até ao final de 2025

Lucros do primeiro semestre somaram 1,4 mil milhões com os créditos não produtivos a caírem a um ritmo mais acelerado do que o resto das instituições financeiras do sul da Europa.

14 Ago 2025 - 12:29

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A agência de rating Morningstar DBRS publicou nesta quinta-feira uma análise aos resultados semestrais dos seis maiores bancos a operar em Portugal: Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (BCP), Novo Banco, S.A., Banco Montepio Geral, Banco BPI e Banco Santander Totta, destacando o excelente desempenho dessas instituições financeiras, que registaram um lucro líquido total de 1.427 milhões de euros no segundo trimestre de 2025, o que representa um aumento de 14% face ao trimestre anterior e um valor estável em termos homólogos.

Para além deste indicador, a DBRS salienta que “a reversão continuada de provisões e imparidades significativas reflete a melhoria da qualidade dos ativos. Os créditos não produtivos (NPL) dos maiores bancos portugueses continuam a diminuir e apresentam uma evolução mais favorável do que a dos seus pares do sul da Europa”. O total de provisões e imparidades no segundo trimestre de 2025 foi de 123 milhões de euros, menos 56,9% do que há um ano e menos 79,0% face ao segundo trimestre de 2023. As provisões para crédito diminuíram na maioria dos bancos, mas a reversão de provisões foi particularmente significativa na CGD.

“Os maiores bancos portugueses continuaram a apresentar resultados robustos no primeiro semestre de 2025 e não vemos razões para antecipar qualquer deterioração significativa decorrente da incerteza económica global”, afirmou Jason Graffam, Vice-Presidente Sénior de Classificações Soberanas e de Instituições Financeiras Globais da DBRS. Acrescentou ainda: “Mesmo com a continuação da descida gradual das taxas de juro, estas mantêm-se estruturalmente em níveis mais elevados. Espera-se que os custos mais baixos de financiamento por depósitos, a forte procura de crédito, impulsionada por uma economia portuguesa saudável, e uma maior eficiência operacional sustentem a rentabilidade na segunda metade do ano.”

A boa performance da economia portuguesa e as margens financeiras bancárias ainda elevadas resultaram numa margem financeira líquida estável, embora em ligeira tendência de queda. A contínua reversão de provisões para imparidade de crédito, a melhoria das comissões líquidas e o controlo constante de custos também sustentaram os resultados. Com a descida gradual das taxas de juro — que permanecem, no entanto, estruturalmente em níveis mais elevados — prevê-se que a redução dos custos de financiamento por depósitos, a elevada procura de crédito e a maior eficiência operacional mantenham a rentabilidade.

No segundo trimestre de 2025, a margem financeira líquida (NII) diminuiu para 2.293 milhões de euros, menos 7,4% em termos homólogos e menos 2,4% face ao segundo trimestre de 2023. A ligeira redução da NII desde o pico registado no terceiro trimestre de 2023 reflete a descida gradual das taxas de juro, embora existam razões para esperar que a NII se estabilize em níveis mais elevados. Prevê-se que as taxas diretoras continuem a descer gradualmente, mas não se antecipam cortes acentuados, e o volume de crédito aumentou recentemente graças a uma política monetária mais expansionista e a condições económicas favoráveis em Portugal.

O produto bancário fora da margem financeira aumentou 7,8% em termos homólogos e 9,7% em cadeia, impulsionado por um forte crescimento de outros rendimentos, enquanto o dinamismo económico beneficiou as comissões líquidas. As despesas operacionais cresceram 4,4% em termos homólogos, refletindo custos laborais mais elevados e um aumento do investimento em tecnologia e digitalização. Como resultado, o rácio agregado de eficiência (cost-to-income) dos bancos portugueses fixou-se em 34,0% no segundo trimestre de 2025, um dos mais baixos em comparação com os pares da União Europeia.

A capitalização dos bancos portugueses mantém-se sólida, graças à estratégia de redução de risco implementada nos últimos anos e à forte capacidade interna de geração de capital. Apesar de uma ligeira diminuição nos últimos trimestres, os rácios de capital continuam a apresentar-se favoravelmente quando comparados com os pares do sul da Europa. No segundo trimestre de 2025, a média do rácio CET1 e do rácio de capital total situou-se em 16,4% e 19,6%, respetivamente, face a 17,3% e 20,7% no final de 2024.

A DBRS destaca ainda o desempenho da CGD e do BCP nos testes de esforço de 2025 da EBA. A redução de capital projetada para os bancos portugueses até 2027, no cenário adverso da EBA, foi de apenas 50 pontos base (p.b.) no rácio CET1 fully loaded. Este valor é significativamente inferior à média de 304 p.b. de redução de capital registada, no conjunto, pelos bancos europeus participantes.

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