O maior banco da Zona Euro, o BNP Paribas, uniu-se com o grupo rival francês BPCE  – Banque Populaire, Caisse d’Epargne para criar uma empresa de processamento de pagamentos denominada ESTREEM. O objetivo é criar um ‘player’ que entre no top 3 europeu, em termos de processadores de pagamentos, explicam os grupos num comunicado conjunto.

Detida em partes iguais pelos dois grupos bancários franceses, esta plataforma vai processar todos os pagamentos com cartões de ambas as empresas na Europa. Isto implica um volume de 17 mil milhões de transações por ano, colocando a ESTREEM como líder francesa na área, processando cerca de 30% dos pagamentos no país, segundo as empresas fundadoras.

Esta operação surge no seguimento de um acordo firmado entre os dois grupos em junho passado, que tinha como finalidade precisamente a criação de um “líder francês em processamento de pagamentos”. “A criação desta ‘joint venture’ alinha-se com a ambição partilhada de ambos os bancos de manterem os pagamentos no centro da sua oferta”, defendem. Neste sentido, o plano dita que os serviços da ESTREEM fiquem disponíveis para outros bancos a partir de 2028.

A empresa quer “criar uma plataforma de processamento que integre os melhores padrões tecnológicos no domínio dos pagamentos, incluindo serviços instantâneos, soluções multi-sistemas e funcionalidades adaptadas a muitos mercados nacionais”, esclarecem. A par disto, deve integrar também novos sistemas de pagamento digital, nomeadamente o Wero, reforçam.

Os bancos avançam Antoine Leclercq como CEO da ESTREEM e Vincent Querette como CEO-adjunto. A empresa vai empregar mais de 300 pessoas, sendo que já existem equipas dedicadas neste momento, fruto da parceria iniciada em 2005 entre as duas entidades para um software de pagamentos, informam.

“A criação deste novo operador inscreve-se no contexto da crescente digitalização dos usos. Combinando experiência, tecnologia avançada e um conhecimento profundo das necessidades do mercado, a ESTREEM oferecerá uma experiência optimizada aos clientes do BNP Paribas e do Groupe BPCE, com o desenvolvimento de novos serviços e novas funcionalidades de gestão de cartões de pagamento”, acrescentam.

“A experiência de longa data da equipa de gestão da ESTREEM e de todos os colaboradores envolvidos neste projeto são as melhores garantias da capacidade para enfrentar este desafio e, assim, construir o futuro dos pagamentos em França e na Europa”, assegura o CEO e responsável por Digital & Pagamentos do Grupo BPCE, Yves Tyrode. O COO e responsável pelas áreas de Comercial, ‘Personal Banking & Services’ do BNP Paribas, Thierry Laborde, vai no mesmo sentido e reitera que a “ESTREEM é um passo estratégico real para enfrentar a transformação profunda do mercado de pagamentos, onde a confiança, segurança e fluidez estão no centro das transações e das expectativas”.

Olhando para a cronologia disponibilizada, é possível saber que, até 2026, vai decorrer a fase de construção e evolução da plataforma de gestão de operações e, até 2028, está prevista a migração das operações de processamento de pagamentos dos dois bancos para a ESTREEM. Por fim, a partir de 2028, prevê-se o lançamento da plataforma para outras instituições bancárias – sujeito a aprovações regulatórias, relembram – e o desenvolvimento de “mercados europeus prioritários”, como a Itália e a Bélgica, exemplificam.