A Hipoges, gestora de fundos que opera no Sul da Europa, alcançou em 2024 50 mil milhões de euros em ativos sob gestão. A empresa adicionou 27 portfólios novos à sua carteira ao longo do ano, com um valor agregado superior a 3,1 mil milhões de euros.

Destes portfólios, 14 tiveram origem em Itália e 11 em Espanha, mercados onde a empresa “tem estado mais ativa”, revela em comunicado. Os dois portfólios restantes foram obtidos em Portugal e na Grécia. Estas carteiras incluem ‘reperforming loans’ para os bancos, ‘non performing loans’ e ‘real estate owned’, que variam em tamanho, esclarece a Hipoges.

A empresa informa também que aumentou as vendas em Portugal e Espanha em 21% para mais de 26 mil transações, alcançando uma média mensal de 2170. 77% das transações dizem respeito ao setor residencial, mais 4% do que no ano anterior. A venda de terrenos representou 10% das operações, um crescimento de 39%. Em termos de avaliações imobiliárias, a empresa avaliou mais de 90 mil ativos, nomeadamente imóveis residenciais e dispersos, elenca. Este número totaliza um valor de 9,8 mil milhões de euros, mais 24,5% face a 2023.

A nível nacional, a Hipoges reporta dificuldades relacionadas com a “escassez de ‘stock’, sobretudo nos ativos terciários, que cresceram 17%”. A gestora de fundos aponta vários fatores, como “a elevada procura, principalmente por parte de investidores internacionais; as restrições urbanísticas e os processos burocráticos, bem como a transformação do mercado devido ao ‘boom’ do turismo e do arrendamento para férias”.

No campo dos obstáculos, a empresa indica ainda as adaptações à regulação nos vários países onde tem atividade, levando a “ajustes nos processos internos”. “A incorporação das novas carteiras também apresentou desafios em termos de integração e gestão eficiente – especialmente em Itália – contudo, a empresa adaptou-se com sucesso às circunstâncias”, ilustra.

Ainda relativo à operação de 2024, a Hipoges “implementou uma nova estrutura operacional centrada na eficiência da gestão das carteiras”, explica, e, neste sentido, criou o ‘Reporting Hub’. Esta é uma ferramenta destinada a centralizar os relatórios aos clientes, controlar a qualidade da entrega e garantir os compromissos de tempo, revela. Foi também criada uma área global de NPL para uniformizar processos e melhorar as práticas nos mercados onde a empresa está presente, segundo o comunicado.

Destaca-se também, para o ano de 2024, a diversificação de serviços, que resultou em 47% das receitas da empresa terem origem em serviços auxiliares de assistência, o que, por sua vez, levou a um aumento de 16,7% nas receitas. A Hipoges emprega mais de 1800 pessoas nos países em que opera.

O co-CEO e fundador da Hipoges, Claudio Panunzio, considera que este foi um “ano chave” para a empresa, com a superação de “grandes desafios” e que, “apesar das incertezas de um mercado cada vez mais competitivo”, o ritmo de crescimento da empresa foi “constante”. Neste sentido, o também co-CEO e fundador, Hugo Velez, reitera que a “visão é clara: queremos continuar a crescer e a proporcionar valor a todos os nossos ‘stakeholders’”.