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Gloria Ortiz: “Portugal teve um excelente exercício com forte crescimento”
A CEO do Bankinter destaca que Portugal e a Irlanda representam já 15% da margem bruta do Grupo Bankinter. Reforça a aposta na digitalização e na sustentabilidade, mas fica de fora dos criptoativos.
23 Jan 2025 - 11:02
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Gloria Ortiz, CEO do Bankinter | Foto: Bankinter
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Gloria Ortiz, CEO do Bankinter | Foto: Bankinter
Gloria Ortiz, CEO do Bankinter, na apresentação dos resultados do banco, nesta quinta-feira, destacou o crescimento sustentável do grupo ao longo dos últimos anos.
“Continuamos com uma estratégia de crescimento orgânico. Conseguimos crescer em volume de clientes, tivemos também um crescimento muito forte nas comissões. Temos crescido de forma sustentável nos últimos seis anos”, referiu na conferência de imprensa.
Quanto a Portugal, a carteira de crédito conclui o ano nos 10.000 milhões de euros, mais 8% do que há um ano. O total dos recursos de clientes alcança um valor semelhante, com um crescimento de 14%. Os recursos geridos fora de balanço mais intermediação crescem 10% para os 9.000 milhões de euros. O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal em 2024 foi de 195 milhões de euros, mais 18% do que no ano anterior.
“Portugal teve um excelente exercício com forte crescimento. Cresceu tão bem a banca comercial como a banca de empresas”, referiu Ortiz, acrescentando que “o rácio de eficiência é extraordinário”. A banca comercial representou 6,7 milhões de euros (+8%) e a banca de empresas 3,3 milhões de euros (+9%). O NPL, ou crédito mal parado, representou no país 2,6%.
Ortiz destacou que Portugal e a Irlanda representam já 15% da margem bruta do Grupo Bankinter. Mas pode chegar a 20% nos próximos anos, referiu a CEO.
O Bankinter tem superado todos os objetivos que definiu para Portugal e espera continuar a crescer “sem necessidade de distrações com novas aquisições”, nomeadamente, com a compra do Novo Banco, disse Gloria Ortiz.
O banco espanhol “prevê continuar a crescer em todos os negócios e geografias” e através de “crescimento orgânico”, ou seja, sem compra de outros bancos, pelo menos, “neste momento”, disse. “Pensamos que temos capacidade e ‘expertise’ para continuar a crescer em Portugal sem necessidade de distrações com aquisições“, disse ainda, quando questionada sobre a possibilidade de o Bankinter comprar o Novo Banco, segundo a Lusa.
Gloria Ortiz acrescentou que, além de a intenção ser crescer organicamente, o Novo Banco tem “um tamanho bastante respeitável”, que não se adequa ao tipo de aquisições que o Bankinter fez em anos anteriores, nos diversos mercados em que opera.
Resultados recorde
O Grupo Bankinter conclui o ano de 2024 com um resultado líquido recorde de 953 milhões de euros, mais 13% do que em 2023. O banco regista crescimentos em todas as rubricas da conta de resultados apresentados nesta quinta-feira.
O Grupo Bankinter alcança em 2024 um resultado antes de impostos de 1.360 milhões de euros, mais 10,7% do que no ano anterior. A margem bruta, que engloba a totalidade das receitas, cresce 9,1%, com um contributo crescente das operações de Portugal e da Irlanda. O banco justifica os resultados com “uma forte dinâmica da atividade comercial, cada vez mais diversificada”. O banco regista um incremento da rentabilidade sobre os capitais próprios, ROE, para 17,9% e aumenta o rácio para 36,3%.
O rácio de capital CET1 fully loaded melhora igualmente neste período até aos 12,41%, 440 pontos-base acima do mínimo exigido pelo BCE ao Bankinter para 2025, que é de 8,01%, o valor mais baixo da banca cotada em Espanha.
O rácio de morosidade mantém-se nos 2,11% com uma cobertura que sobe para 68,8% devido a questões prudenciais.
Ortiz referiu que “a busca de maior produtividade é o que nos permite aumentar os resultados. Preservamos a qualidade do risco e estamos a fazer reforço das provisões”.
Aposta na digitaliação, mas não nos criptoativos
A CEO destacou também a aposta do banco na digitalização. Nomeadamente o desenvolvimento de soluções para melhorar a experiência dos clientes e a aposta na IA em processos que ajudem os clientes a fazer buscas e também na produtividade interna, através de chatbots e na melhoria de processos internos para ganhar eficiência.
Ortiz referiu ainda que o banco mantém também “um total compromisso com a sustentabilidade”, destacando os novos investimentos ligados a estes objetivos, nomeadamente os 446 milhões de euros para novas operações na áreas das energias renováveis.
Ortiz diz também que em 2025 é preciso ficar “muito atento” ao que se passa com a inflação e com as políticas levadas a cabo nos EUA.
O banco não considera que deva entrar na intermediação de criptoativos nesta altura por não estar totalmente regulada. Também porque “os criptoativos não têm valor intrínseco e movem-se por muitas razões que não têm a ver com a economia real e é impossível intermediar algo que é muito volátil”, referiu Ortiz, acrescentando que “por isso acho que o banco não os deve oferecer aos clientes. Mas estamos atentos”.
(Notícia atualizada com dados da Lusa referentes ao Novo Banco)
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