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Governador e ministro ensinam jovens a gerir dinheiro no Dia Mundial da Poupança
Supervisores financeiros mobilizam professores de Economia e Gestão para dar aulas ao ensino básico e secundário num país onde 64% dos portugueses dizem que não conseguem poupar
31 Out 2025 - 07:15
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                Manuais de Literacia Financeira para o ensino básico
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                    Manuais de Literacia Financeira para o ensino básico
Depois de ter participado na sua primeira reunião no Banco Central Europeu (BCE), em Florença, o governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, desloca-se hoje a Coimbra, à Escola Secundária de Avelar Brotero, para dar uma aula sobre literacia financeira, onde estará acompanhado pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre.
Esta iniciativa insere-se nas comemorações do Dia Mundial da Poupança, que vão mobilizar centenas de docentes da área curricular de Cidadania e Desenvolvimento, bem como professores de Economia e Gestão do ensino superior, que darão aulas de gestão da poupança a alunos do ensino básico e secundário.
Para assinalar o Dia Mundial da Poupança, os supervisores financeiros — o Banco de Portugal, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) — associaram-se à iniciativa “Educar para a Cidadania: Poupar, um Compromisso com o Futuro”, promovida pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
Por todo o país, estudantes e docentes das instituições de ensino superior nas áreas de Economia, Gestão, Finanças e Contabilidade vão ministrar aulas de literacia financeira centradas na poupança. Estas sessões destinam-se a alunos do ensino básico e secundário e têm como objetivo sensibilizá-los, desde cedo, para a importância de gerir recursos, poupar e aplicar o dinheiro de forma responsável.
Os supervisores financeiros contribuíram para a preparação dos materiais pedagógicos que serão utilizados nestas sessões por estudantes e docentes do ensino superior.
Além disso, em várias regiões do país, terão lugar aulas de literacia financeira dinamizadas por diversas personalidades, incluindo membros dos Conselhos de Administração dos supervisores financeiros.
O presidente da ASF, Gabriel Bernardino, recordou recentemente que as estratégias de investimento em Portugal são “excessivamente conservadoras”, afirmando que os investidores nacionais comportam-se “como se tivessem 85 anos”. “Temos em Portugal estratégias de investimento como se todos tivéssemos 85 anos, quando olhamos para aquilo que são as posições que temos, que são excessivamente conservadoras”, afirmou Gabriel Bernardino, quando foi ouvido no Parlamento.
Um recente estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG) mostra que a maioria dos portugueses não consegue poupar. Cerca de 64% afirmam conseguir guardar menos de 10% do seu salário líquido, e 36% dizem não conseguir poupar sequer 5% do que recebem — percentagens que se agravaram face a 2024 (61% e 38%, respetivamente), revela o relatório Consumer Sentiment Survey 2025.
Por outro lado, 18% dos inquiridos admitem poupar entre 10% e 20% do seu rendimento (menos dois pontos percentuais do que no ano anterior), 8% reservam entre 20% e 30% (menos um ponto face a 2024) e apenas 2% conseguem economizar mais de 50% do que auferem — percentagem que se manteve inalterada.
Quando conseguem poupar, 60% dos portugueses destinam essa verba a responder a potenciais imprevistos, 40% para a reforma e 31% para viajar. Entre outras prioridades, 22% pretendem comprar casa, 15% adquirir um carro e 12% gastar em outros bens de consumo — esta última opção tem registado uma ligeira subida face ao ano passado.
“A poupança em Portugal continua fortemente concentrada em depósitos e instrumentos de baixo risco. Ainda assim, observamos sinais encorajadores, com mais portugueses a procurarem diversificar as suas poupanças e investir com uma perspetiva de longo prazo. Este é um caminho que importa acelerar para fortalecer a resiliência financeira das famílias”, afirma Tiago Kullberg, Managing Director & Partner da BCG Lisboa.
Em termos de hábitos de consumo, registaram-se algumas alterações face ao ano anterior. Este ano, 58% dos portugueses dizem ter sentido um aumento nas despesas com alimentação, 36% com farmácia e saúde, 35% com o veículo pessoal, 35% com a renda da habitação e 36% com restauração.
O aumento dos gastos com necessidades básicas levou a uma redução acentuada das despesas noutras categorias, nomeadamente entretenimento fora de casa (-34%), roupa e acessórios (-31%), viagens e férias (-27%), perfumaria e maquilhagem (-21%) e bebidas alcoólicas (-19%).
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