Qual é a estratégia da Fundação Santander Portugal para 2026? Quais serão as grandes apostas?

Inês Rocha de Gouveia – A nossa estratégia está sempre alinhada com a nossa missão: transformar a vida das pessoas, das empresas e das organizações do terceiro setor através da Educação e da Capacitação. Trabalhamos para ser um agente de referência na promoção da mobilidade económica e social.

Continuaremos, assim, a investir na educação em sentido lato, através de parcerias estratégicas com diferentes ‘stakeholders’.
Acreditamos que a educação deixou de corresponder a uma fase da vida, tornando-se uma constante. O ‘lifelong learning’ é a chave para o sucesso das pessoas, das empresas e do país. Queremos que a educação seja acessível a todos. Iremos reforçar a aposta em competências e áreas estratégicas. Recordo que o relatório Future of Jobs do World Economic Forum indica que 22% dos empregos atuais mudarão até 2030, 170 milhões de novos empregos serão criados e 92 milhões desaparecerão.

As competências mais valorizadas serão: tecnológicas (inteligência artificial, ‘big data’, cibersegurança, literacia digital), humanas (pensamento crítico, criatividade, adaptabilidade, colaboração, comunicação e resolução de problemas complexos) e as chamadas “novas competências”, relacionadas com a consciência ambiental e a sustentabilidade. Neste sentido, iremos acompanhar esta evolução e continuar a impulsionar a capacitação de pessoas de todas as idades, preparando-as para um mundo em acelerada transformação.

Na Santander Open Academy e no Santander X, disponibilizamos cursos e bolsas em diversas áreas, acessíveis a todos — pessoas, empresas e organizações do terceiro setor. Continuaremos a promover a literacia financeira, a inclusão social e a mobilidade social através da educação, do empreendedorismo e da empregabilidade.

Para gerar impacto estrutural e potenciar o efeito multiplicador das nossas iniciativas, continuaremos a trabalhar em rede, através de parcerias estratégicas.

Como é que o Santander vê o futuro da formação e do ensino universitário? Quais são as grandes tendências?

I.R.G. – A educação e a formação são o presente e o futuro — o verdadeiro motor da mobilidade social. Acreditamos na formação ao longo da vida, para todos. O futuro da formação e do ensino universitário deverá ser cada vez mais colaborativo, flexível e orientado para competências, com a educação a desempenhar um papel central na preparação das pessoas para um mercado de trabalho em constante mudança.

As grandes tendências passam pelo desenvolvimento de competências socioemocionais – mais do que transmitir conhecimento técnico, o ensino deve formar pessoas com pensamento crítico, criatividade, empatia, capacidade de adaptação e trabalho em equipa – competências fundamentais na era digital; trabalho em rede e cooperação – o futuro da educação exige colaboração entre universidades, politécnicos, centros de formação profissional, empresas e outras entidades privadas, criando ecossistemas de aprendizagem partilhada que potenciem inovação e prosperidade; e a cooperação institucional e a aproximação entre a academia e o tecido empresarial — através de estágios, desafios reais, mentorias e projetos conjuntos — asseguram que a formação responde às necessidades do mercado.

Passa ainda pelas sinergias entre a academia tradicional e a formação não formal. O ensino superior deve articular-se com modelos mais flexíveis e especializados, como academias digitais, bootcamps, plataformas online e programas de microcredenciais, garantindo percursos formativos complementares e adaptados às diferentes fases da vida profissional. A evolução demográfica e a globalização exigem uma educação para todas as idades e compatível com diferentes trajetórias profissionais. As microcredenciais e os percursos personalizados são soluções eficazes, oferecendo certificações curtas e reconhecidas que permitem a aquisição rápida de competências específicas.

E ainda a educação inclusiva e acessível: uma verdadeira “universidade para todos”. Queremos democratizar o acesso ao conhecimento, promover a diversidade e reduzir as barreiras à aprendizagem ao longo da vida. Continuaremos a oferecer formações de elevada qualidade para pessoas e empresas através das nossas plataformas Santander Open Academy e Santander X.

Quantos inscritos portugueses tem atualmente a plataforma Open Academy?

I.R.G. – A Santander Open Academy distingue-se pela qualidade das suas parcerias nacionais e internacionais e pela sua oferta 100% gratuita e certificada, ajudando milhares de pessoas a desenvolver as competências mais valorizadas no mercado. Já ultrapassou os 400 mil inscritos em Portugal, sendo um dos países com maior adesão à plataforma na Europa. Globalmente, soma mais de 14 milhões de utilizadores, reforçando o compromisso do Santander com o acesso gratuito à aprendizagem ao longo da vida.

Os cursos mais procurados estão relacionados com comunicação, idiomas, liderança e competências digitais. As pessoas inscritas são adultos de todas as idades, com níveis de habilitação variados e uma distribuição geográfica ampla, refletindo como a aprendizagem contínua é hoje uma realidade.

Os portugueses têm demonstrado uma atitude curiosa e proativa na procura de formação para se prepararem melhor e aproveitarem novas oportunidades de carreira. Orgulha-nos muito esta atitude das pessoas, bem como das empresas, que cada vez mais promovem a importância da formação.