Um relatório do UK Finance, organização que reúne 300 empresas do setor financeiro, mostra que a utilização de dinheiro físico no Reino Unido está em queda acelerada. Pela primeira vez, o numerário representou menos de 10% de todos os pagamentos.

Os cartões (físicos e em aplicações móveis) foram a forma de pagamento mais utilizada no ano passado, representando 64% de todas as transações. Os cartões de débito lideraram, com 26,1 mil milhões de pagamentos — um aumento de 6% face a 2023. O uso de cartões de crédito e débito registou uma ligeira subida, de 4,9 para cinco mil milhões de pagamentos. Em 2024, os consumidores realizaram 18,9 mil milhões de pagamentos sem contacto (contactless).

Em contraste, o numerário foi utilizado em 4,4 mil milhões de pagamentos, face a seis mil milhões em 2023.

O recurso a aplicações móveis para pagamentos também aumentou, passando de 42% dos adultos britânicos em 2023 para 57% em 2024.

Quem adere a uma aplicação móvel de pagamentos tende a tornar-se rapidamente utilizador frequente, abandonando os cartões físicos. Entre os que recorreram a pagamentos móveis, metade utilizou-os pelo menos uma vez por mês e 44% semanalmente ou com maior frequência.

Os mais jovens lideram na adoção destas soluções: 88% dos britânicos entre os 16 e os 24 anos utilizam aplicações móveis para pagar. Entre os maiores de 65 anos, a adesão passou de 14% em 2023 para 25% em 2024.

O home banking através do telemóvel tornou-se, em 2024, a forma mais comum de acesso às contas, usado por 75% dos adultos, ultrapassando pela primeira vez o acesso via computador.

No total, foram realizados 48,6 mil milhões de pagamentos no Reino Unido no ano passado, mais 1,5% do que em 2023. Os consumidores representaram 84% dessas operações, enquanto empresas, governo e organizações sem fins lucrativos responderam pelos restantes 16%.

Adrian Buckle, chefe de pesquisa do UK Finance, sublinha:
“2024 foi um ano de novidades, todas apontando para a crescente transição para os pagamentos digitais: mais de metade dos adultos no Reino Unido usaram aplicações móveis, o mobile banking ultrapassou o desktop como a principal forma de acesso às contas e o numerário caiu para menos de 10% de todos os pagamentos.”