A IOSCO, regulador global de mercados, alerta que ‘tokens’ de criptoativos associados a ativos financeiros podem criar novos riscos para os investidores. A entidade divulgou um relatório nesta terça-feira que conclui que, ainda que possa trazer eficiência e transparência, esta tecnologia também introduz novos riscos ou aumenta alguns já existentes.

Segundo o reporte da IOSCO, existe uma espelhagem de categorias de riscos já existentes, como a incerteza legal, as vulnerabilidades operacionais e os riscos de cibersegurança. Contudo, a instituição nota que estas se manifestam de forma diferente no contexto de ‘distributed ledger technology’ (DLT), necessitando, portanto, de controlos de risco talhados para o efeito.

Paralelamente, “a tokenização também pode resultar na manifestação de vulnerabilidades e riscos que são exclusivos da própria tecnologia”, salienta o relatório. Entre os membros da IOSCO, revela, há várias abordagens à questão, com vários a aplicarem regulação já existente a esta situação, acompanhada de medidas adicionais para abranger riscos emergentes.

Sobre os benefícios da tokenização, o relatório destaca a redução dos ciclos de liquidação e a melhoria da mobilidade das garantias. No entanto, a IOSCO realça que os agentes do mercado ainda dependem de infraestruturas tradicionais para processos de ‘trading’ e ‘post-trade’. “Isto pode ser devido a uma variedade de fatores, como a falta de familiaridade com o uso de infraestruturas baseadas em DLT, vulnerabilidades que podem decorrer da natureza digital (operacional ou cibernética) ou a operação de efeitos de rede presentes em infraestruturas tradicionais”, justifica.

No geral, a análise da IOSCO conclui que o interesse e utilização desta tecnologia tem vindo a “aumentar de forma sustentada”, mas que “muitos dos benefícios prometidos não aparentam ter sido alcançados por enquanto”.