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Italiano BP Sondrio mostra-se reticente face à oferta do BPER
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O Banca Popolare di Sondrio considera a oferta desfavorável e que não reflete o seu valor real. O banco quer focar-se no seu crescimento, analisando outras opções estratégicas e questionando as sinergias e custos da fusão.
12 Fev 2025 - 17:03
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Sede do Banca Popolare dell'Emilia-Romagna na Via San Carlo, Modena | Foto: Wikimedia/Zandegù
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Sede do Banca Popolare dell'Emilia-Romagna na Via San Carlo, Modena | Foto: Wikimedia/Zandegù
O Banca Popolare di Sondrio (BP Sondrio) reuniu nesta terça-feira o seu Conselho de Administração para discutir a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada na semana passada pelo BPER. O banco mostra-se reticente face a esta operação, não vendo na mesma os benefícios enumerados e aponta ainda uma fraca avaliação da capacidade do BP Sondrio de gerar crescimento e valor.
O Conselho de Administração reitera que o banco continua “focado na execução do seu trajeto de crescimento”, que engloba atividades já comunicadas ao mercado e outras em curso consistentes com os interesses de todos os ‘stakeholders’. Isto inclui também a apresentação do novo plano da instituição, bem como a análise de outras opções estratégicas que podem acelerar o crescimento da entidade.
Oferta não reflete resultados do BP Sondrio
No seu comunicado, o banco nota que a oferta surgiu logo após a aprovação e publicação dos resultados preliminares do BP Sondrio relativos a 2024. Assim, argumenta, este ‘timing’ não permitiu ao mercado analisar e reagir aos mesmos, que foram “significativamente” acima das expectativas dos analistas, sublinha.
O comunicado denota que, à data de apresentação da oferta e tendo em conta os valores da véspera (5 de fevereiro), esta comportava um prémio de 6,6%, que a 10 de fevereiro já só ascendia a cerca de 4%. Entre as duas datas referidas as ações do BPER tiveram uma quebra de 6,57 para 6,27 euros, enquanto as do BP Sondrio subiram de 8,934 para 9,472 euros. Recorde-se que o BPER propôs a troca de 29 ações suas por cada 20 do BP Sondrio.
Considerando tudo isto, a instituição considera que a OPA “não reflete o trajeto de criação de valor” que o banco fez sozinho, destacando que este expressa um “crescimento sustentável”, bem como resultados “consistentes ao longo do tempo”. O Conselho de Administração considera que a oferta tem como objetivo anular a autonomia do BP Sondrio, “menosprezando o seu papel como referência institucional” para as famílias e empresas nos locais onde está presente, nomeadamente nas regiões do país com “maior riqueza e dinamismo”.
Mais ainda, o banco defende que é do interesse dos acionistas poderem comparar as perspetivas do novo plano estratégico da instituição com os “riscos e incertezas associados ao cenário de integração com o BPER”.
Sinergias não tão evidentes para o visado
A par das incertezas e da desvalorização dos resultados já referidos, o BP Sondrio põe também em causa as sinergias que o BPER refere como sendo benéficas na possível fusão das duas entidades. Em primeiro lugar, o banco duvida de um processo de fusão tão rápido como foi anunciado, especialmente se for por via de superar apenas o maior acionista – adquirindo 35% mais uma das ações – e não através da aquisição de 50% mais uma das ações. Nesta situação, a possibilidade de extrair o benefício das sinergias rapidamente fica em causa, argumenta o banco.
Ademais, o BP Sondrio nega que as sinergias estejam descritas de forma suficientemente detalhada na proposta para serem analisadas, além de considerar que não foram tidas em conta na proposta em si. Paralelamente, o banco questiona as sinergias provindas de fábricas de produtos partilhadas, tendo em conta que essa partilha já existe, segundo o mesmo.
Sobre os custos da fusão, o BPER estimou os mesmos em 400 milhões antes de impostos. As sinergias associadas aos custos podem ascender a 190 milhões de euros e as associadas às receitas a outros 100 milhões. O BP Sondrio levanta preocupações relativos à proporção destes números face aos custos atuais do banco, podendo isto prejudicar os trabalhadores da empresa, a quem a mesma afirma ter “prestado atenção significativa historicamente”, chegando, ao mesmo tempo, a rácios de eficiência “competitivos no mercado italiano”.
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