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Lucro dos cinco maiores bancos em Portugal recua 0,33% até setembro para 3,9 mil milhões

Margens financeiras ainda derrapam devido à descida das taxas de juro. Bancos nacionais continuam a limpar os ativos tóxicos.

06 Nov 2025 - 19:06

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Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (BCP), Novo Banco, S.A., Banco BPI e Banco Santander Totta

Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (BCP), Novo Banco, S.A., Banco BPI e Banco Santander Totta

Os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram um lucro de 3,9 mil milhões de euros até setembro, uma descida de 0,33% em termos homólogos. Assim, os lucros acumulados de Caixa Geral de Depósitos (CGD), Santander Totta, Millennium BCP, Novo Banco e BPI baixaram 12,8 milhões de euros até setembro, quando comparado com os 3,92 mil milhões de euros registados há um ano.

Para esta evolução continuou a contribuir a evolução da margem financeira, que nos primeiros nove meses representou 7,1 mil milhões de euros nestes cinco bancos. Face ao mesmo período do ano passado, são menos 501 milhões de euros, ou 7,1%, impactados pelas alterações à política monetária europeia.

Entre os cinco bancos, BPI e Santander tiveram uma redução dos seus lucros em, respetivamente, 12,3% e 6,4% para 389,3 e 728,2 milhões de euros. A justificação dada pelos seus presidentes prendeu-se com a redução da margem financeira e com os impactos da redução das taxas de juro. Já os lucros do Novo Banco mantiveram-se praticamente inalterados em 610,5 milhões de euros (mais 100 mil euros).

Em sentido inverso, o BCP viu os seus resultados líquidos avançarem 8,7% para 775,9 milhões de euros. No banco público, a subida de 2,2% para 1,4 mil milhões de euros deveu-se, em parte, à reversão de provisões e imparidades, no valor de 119 milhões de euros, contra uma constituição de 91 milhões de euros há um ano.

A política monetária para o controlo de inflação depois da pandemia da covid-19 e agravada pela invasão russa da Ucrânia acabou por cumprir o seu propósito, com a taxa que mede a variação de preços nos consumidores a atingir 2,1% em outubro, segundo o Eurostat, em linha com a meta do Banco Central Europeu (BCE).

À semelhança do registado no final do semestre, e com o alívio das taxas de juro, as margens financeiras têm espelhado essa evolução, recuando em quatro dos cinco bancos – com a exceção a ser, novamente, o BCP. Até setembro, a margem financeira do BCP cresceu 2,6%, para 2,17 mil milhões de euros, à boleia da atividade internacional, que cresceu 5,8% contra a contração de 0,9% na atividade doméstica.

No primeiro semestre, as margens financeiras de BPI e CGD recuaram, respetivamente, 10,8% e 9,7%, para 659 milhões de euros e 1,92 mil milhões de euros, enquanto o Santander registou uma quebra de 17,3%, para 1,03 mil milhões de euros. O Novo Banco viu a sua margem financeira baixar 6,5% para 829 milhões de euros.

O valor das comissões cobradas até setembro subiu 2,95% em termos homólogos, para 1,93 mil milhões de euros, com as maiores fatias a pertencerem ao BCP (629 milhões de euros, subida homóloga de 4%) e à CGD (439 milhões de euros, subida de 0,5%). As comissões do Santander subiram 5,9% para 365 milhões de euros e as do Novo Banco 10,7% para 266 milhões de euros. Em sentido inverso, devido a uma situação excecional que impactou as comissões no ano passado, o BPI reduziu as comissões cobradas em 6,9% até setembro, para 227 milhões de euros.

Os banqueiros têm referido que estas subidas têm sido mais motivadas pelo aumento da atividade dos clientes que pela subida das tabelas.

No lado das despesas, não é possível detetar um padrão entre estes bancos. O BPI consegue a maior redução de custos nestes nove meses, de 8%, fixando-se em 383 milhões. Também o Santander Portugal conseguiu um controlo dos seus gastos, com um total de 388,4 milhões, menos 0,4% do que um ano antes.

Em sentido ascendente, surge a CGD, com custos operacionais de 809,7 milhões, mais 3,8%, o Novo Banco teve encargos de 384,2 milhões, o que implica um aumento de 5%, e o BCP teve despesas de 1,03 mil milhões, o que equivale a uma subida de 9,2%.

Olhando para os rácios de eficiência, o que apresenta o melhor rácio é o Santander Portugal, com 27,3%. De seguida surge a CGD, que registou 31,9% até setembro, e, a fechar o top 3, aparece o Novo Banco, com 32,9%. BCP e BPI têm a pior eficiência entre os cinco, de 36,6% e 40%, respetivamente. Recorde-se que estes bancos apresentam bons rácios de eficiência quando comparados com os pares europeus.

Quanto aos trabalhadores e agências, os cinco maiores do setor bancário contavam 25 401 funcionários e 1824 balcões em território nacional. Em termos homólogos, são menos 185 trabalhadores e menos nove balcões. No final de setembro, o Millennium BCP era o banco com mais funcionários (6224), seguindo-se CGD (5962), Santander (4674), BPI (4430) e Novo Banco (4111). Em termos homólogos, isto representa quebras no número de trabalhadores da CGD (-265), do Novo Banco (-138) e do BCP (-51) e subidas no BPI (175) e Santander (94).

Em termos de agências, estes bancos contavam com 1824 espaços no final dos nove meses, numa redução de nove em termos líquidos. A Caixa manteve-se nos 512 de há um ano, Santander, BPI e Novo Banco reduziram o número de espaços em dois, para 327, 302 e 289, respetivamente, enquanto o BCP tinha, no fim de setembro, menos três espaços que um ano antes (394).

Os bancos portugueses prosseguem a sua limpeza de ativos tóxicos. Neste sentido, continuam a reduzir os seus rácios NPE, com exceção da CGD, que registou uma subida de 0,2 pontos percentuais (pp) para 1,43%. A maior queda deu-se no Novo Banco, de 0,8 pp, para 3,2%. O BCP fixou-se em 2,6%, 0,7 pp abaixo de um ano antes. No Santander Portugal, o rácio NPE caiu 0,3 pp para 1,4% e no BPI desceu 0,2 pp para 1,2%.

 

Agência Lusa com LAA

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