As eleições para a Associação Mutualista Montepio Geral terão uma única lista candidata à gestão, liderada pelo atual presidente, Virgílio Lima, e duas listas candidatas à Assembleia de Representantes, uma de continuidade e outra ligada à oposição. Em resposta à Lusa, fonte oficial da mutualista disse que nas eleições para os órgãos associativos (de 19 de dezembro) foram apresentadas duas listas, sendo a lista A candidata a todos os órgãos associativos (mesa da Assembleia-geral, Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Assembleia de Representantes) e a lista B apenas candidata à assembleia de representantes (uma espécie de parlamento com 30 membros eleitos por método proporcional, onde são discutidos os temas estratégicos da mutualista).

A lista A propõe como presidente do Conselho de Administração Virgílio Lima, que já é presidente desde 2019. Já os administradores executivos são Idália Serrão, Rui Matos Heitor, Fernando Centeno Amaro (estes três já são atualmente administradores executivos) e Hélio Marques (não faz parte atualmente, devendo substuituir João Carvalho das Neves). Os administradores não executivos propostos são José Eduardo Martins e Maria da Conceição Zagalo (atualmente, o administrador não executivo é Alípio Dias).

À mesa da Assembleia-geral, a lista A mantém como presidente Maria de Belém Roseira e também mantém como secretários José Alberto Pitacas e António Dias Sequeira. No Conselho Fiscal mantém como presidente Victor Franco e como vogais Ana Paula Harfouche e António Raimundo.

Na assembleia de representantes, de 30 membros, o primeiro nome é Vítor Melícias (padre) sendo os nomes seguintes Edmundo Martinho, Ivo Pinho, Ricardo Fernandes e Henrique Monteiro.

Já a lista B candidata-se apenas à assembleia de representantes, compondo esta lista vários nomes que no passado foram oposição à gestão da mutualista. O primeiro nome proposto pela lista B para o ‘parlamento’ do Montepio é o arquiteto Tiago Mota Saraiva, fazendo ainda parte da lista Francisco Alhandra Duarte, Marta Silva, Ana Silva e Carlos Areal ou Andreia Galvão (substituiu Mariana Mortágua como deputada do BE).

Na semana passada, em declarações à Lusa, Tiago Mota Saraiva disse que a lista que lidera quer “contribuir para a mudança política do que é a Associação Mutualista, do que é o mutualismo” e não apenas ser oposição, mas alternativa. Defendeu ainda que a mutualista já foi produtora de habitação e tem de voltar a ser, fazendo uso de vários instrumentos com que pode atuar nesse campo, caso das parcerias público-comunitárias e cooperativas de habitação.

A Associação Mutualista Montepio Geral tem em 19 de dezembro eleições para os órgãos associativos dos próximos quatro anos (2026-2029). Apesar de ter 600 mil associados, habitualmente nas eleições votam muito menos do que os que o podem fazer (podem votar todos os associados maiores de 18 anos e com mais de dois anos de vida associativa).

Até julho, decorreu a fase para se apresentarem os concorrentes à mesa da assembleia geral, conselho de administração e conselho fiscal – uma vez que têm de passar pelo crivo da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) antes de poderem ir a eleições – enquanto para a assembleia de representantes o prazo decorreu até à semana passada.

Nas últimas eleições, em 2021, a lista liderada por Virgílio Lima venceu com 11 557 dos 24 085 votos expressos (47,98%) para a mesa da assembleia-geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal e 11 362 dos 24 016 votos expressos (47,31%) para a assembleia de representantes.

A Associação Mutualista Montepio Geral registou lucros de 210 milhões de euros em 2024, mais 87,5% face a 2023.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50