3 min leitura
CEO do BBVA: “O nosso negócio está a mudar… precisamos de mais escala”
O CEO do BBVA alerta que nenhum banco da União Europeia integra a lista dos 25 maiores do mundo por capitalização bolsista. Com uma OPA sobre o conterrâneo Sabadell a decorrer, Onur Genç reforça o papel central da escala e da transformação digital na estratégia de longo prazo do banco que lidera.
22 Jan 2025 - 10:10
3 min leitura
Onur Genç, CEO do BBVA
Mais recentes
- Lucro dos cinco maiores bancos em Portugal recua 0,33% até setembro para 3,9 mil milhões
- CGD fez 450 milhões de euros por mês no crédito à habitação
- Lucro da Euronext recua 6,1% para 149,7 milhões no 3.º trimestre
- CEO do Commerzbank surpreendida pela reunião entre antecessor e líder do UniCredit
- Uma OPA depois, Grupo BPER Banca vê lucro disparar 30% até setembro
- Millennium/BCP leva contribuição de 14,2 milhões ao Supremo Administrativo
Onur Genç, CEO do BBVA
O CEO do BBVA defende a importância da escala no setor bancário moderno para enfrentar os desafios da era digital e aumentar a competitividade global. Em entrevista à revista The Banker, Onur Genç refere que o principal impulso por detrás da oferta do BBVA para adquirir o Banco Sabadell é precisamente a procura de maior escala. “O nosso negócio está a mudar… precisamos de mais escala”, afirmou.
Ao discutir a competitividade global, Genç destacou que nenhum banco da União Europeia figura entre os 25 maiores do mundo em termos de capitalização bolsista, em contraste com instituições dos EUA, China e outras regiões. E aponta que a falta de escala prejudica a capacidade dos bancos europeus de competir. “No setor bancário, se não tiver escala, simplesmente não consegue competir por causa da estrutura de custos.”
Na sua perspetiva, os bancos europeus enfrentam desvantagens competitivas a nível mundial devido à falta de escala e à dependência dos empréstimos bancários em relação aos mercados de capitais, em comparação com os EUA. Assim, a consolidação bancária na Europa, segundo Genç, é uma solução potencial para melhorar essa competitividade. O executivo vê o fortalecimento das instituições europeias como um fator crítico para o crescimento económico e a estabilidade financeira no continente.
O CEO destaca que, com o aumento dos custos fixos associados à tecnologia, uma base maior de clientes é essencial para diluir despesas e garantir rentabilidade.
Dados fornecidos pelo executivo revelam o impacto da transformação digital: atualmente, 95% das transações e 80% das vendas do BBVA são digitais. Além disso, 67% dos novos clientes são adquiridos online, comparado a apenas 7% há seis anos. “Quer eu tenha 100 ou 1000 clientes, vou desenvolver a mesma aplicação e funcionalidades. Uma base maior de receitas dilui estes custos, tornando-nos mais eficientes e permitindo-nos emprestar mais à sociedade”, explicou Genç. E acrescentou: “Há cinco anos, os custos de tecnologia para todo o grupo BBVA representavam 21% dos custos totais, agora são 26%. No nosso mercado espanhol é de 30 %”.
Críticas à OPA ao Sabadell
A tentativa de aquisição do Sabadell, apresentada como uma oferta não solicitada, enfrentou críticas de autoridades governamentais, que expressaram preocupações sobre concorrência, e de um grande acionista, que considerou o acordo demorado e prejudicial à presença do BBVA em mercados emergentes. Apesar disso, Genç mantém sua posição: “Definitivamente vale a pena. Na nossa assembleia geral, 96% dos acionistas disseram: ‘Sim, avancem’.”
A insatisfação política em relação ao setor bancário espanhol foi outro tema central da entrevista. Genç criticou o imposto bancário extraordinário, prorrogado até 2027, argumentando que este reduz a capacidade de crédito dos bancos e, consequentemente, prejudica o investimento na economia. “Bancos fortes e rentáveis são bons para a sociedade. O que a Europa precisa agora é de crescimento, e este só virá com novos investimentos.”
Genç também comparou o tratamento do setor bancário a outras atividades taxadas como tabaco e combustíveis fósseis, considerando a abordagem prejudicial para o desenvolvimento económico.
Mais recentes
- Lucro dos cinco maiores bancos em Portugal recua 0,33% até setembro para 3,9 mil milhões
- CGD fez 450 milhões de euros por mês no crédito à habitação
- Lucro da Euronext recua 6,1% para 149,7 milhões no 3.º trimestre
- CEO do Commerzbank surpreendida pela reunião entre antecessor e líder do UniCredit
- Uma OPA depois, Grupo BPER Banca vê lucro disparar 30% até setembro
- Millennium/BCP leva contribuição de 14,2 milhões ao Supremo Administrativo