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Operador dos ATM britânico alerta para dependência digital com recurso ao apagão ibérico
Estudo da LINK demonstra que menos de metade dos britânicos possui e acha importante ter uma carteira física. Valor baixa para 38% entre os jovens.
07 Set 2025 - 09:18
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A LINK, empresa do setor financeiro que gere a rede de ATM no Reino Unido, conduziu um estudo sobre os hábitos de pagamento dos cidadãos no país e, dado crescente uso de meios digitais para tal, deixou o aviso sobre os limites subjacentes a estes métodos usando como exemplo o apagão que se deu na Península Ibérica em abril.
“Eventos desta natureza não são tao raros como pensamos – e mostram que as pessoas têm razão em ser cautelosas. Em anos recentes, tanto a nível nacional como internacional, os consumidores passaram por situações que impactaram a sua capacidade de fazer pagamentos”, sublinha a instituição. A título de exemplo, o estudo aponta que, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2025, houve 158 falhas de tecnologia na banca.
De acordo com os dados citados, houve um total superior a 33 dias de falhas de sistemas e tecnologias não planeadas nos nove maiores bancos e sociedades construtoras do Reino Unido. O estudo em questão descobriu que 61% dos inquiridos já experienciou uma falha de sistema.
O estudo considera que os consumidores britânicos estão mais vulneráveis, dada a cada vez maior predominância dos meios digitais de pagamento, que se verificam, sobretudo, nas gerações mais novas. De acordo com os resultados, apenas 38% dos inquiridos entre os 18 e os 24 anos possuem uma carteira física e consideram-na essencial. Na faixa das pessoas com mais de 65 anos, este valor sobe para 54%. No total, menos de metade da população (48%) tem e acha importante ter uma carteira.
Face a este cenário de dependência digital e tecnológica, a LINK aconselha os cidadãos a terem sempre dinheiro físico disponível, possuir cartões de mais do que um fornecedor, ter os cartões distribuídos por várias carteiras digitais diferentes e ter uma aplicação ou conta bancária alternativa.
Ainda assim, “os números mostram que enquanto as gerações mais velhas estão menos preparadas para abandonar a tradição, o impacto do digital em como pagamos por bens ou serviços não é simplesmente reservado aos mais novos”, nota.
Não só a idade entra nas diferenças de utilização de meios de pagamento. A disparidade de rendimentos também tem influência, com 40% dos agregados com rendimentos entre 10 mil e 14 999 libras a terem consigo uma carteira digital quando saem de casa face a 70% para agregados com rendimentos acima de 100 mil libras.
Sobre o método de pagamento a que recorrem com mais prontidão, o cartão de débito consegue a maior adesão, num total de 36% e com uma distribuição notoriamente díspar entre faixas etárias. 16% para jovens entre 18 e 24 anos, 29% das pessoas entre 25 e 44 anos e 44% para quem tem mais de 45 anos.
As carteiras digitais notam uma distribuição inversa, como já foi referido, mas não ficam muito abaixo do cartão de débito no total, ascendendo a 32%. Fortemente impulsionadas pelos jovens dos 18 aos 24, registam 60% nesta faixa etária e 45% na dos 25 aos 44. Já entre as pessoas acima dos 45 anos, apenas 17% referem este método de pagamento como o que têm mais tendência a usar imediatamente.
Já os dispositivos móveis, como ‘smartwatches’, são os que registam os números mais baixos em geral, com um total de apenas 6%.
Também aqui os rendimentos entram em jogo. Entre agregados com rendimentos acima de 100 mil libras, 38% referem a carteira digital como método de pagamento preferencial. Este valor baixa para 24% quando se trata de rendimentos que ficam entre 10 mil e 15 mil libras.
Apesar de todas estas tendências, o dinheiro físico ainda circula – e é cada vez mais no Reino Unido. De acordo com os dados do Banco de Inglaterra, citados no estudo, havia mais de 93,5 mil milhões de libras em notas em circulação no país a 30 de julho. Ao longo da última década, destaca, o valor e número de notas em circulação tem aumentado, estando agora 50% acima do que era em 2014.
No que toca ao uso diário ou semanal de vários métodos de pagamento, os dados mostram que os mais novos e os mais velhos estão em sintonia, apresentando números semelhantes em vários canais. Em cartões de débito, 71% das pessoas dos 18 aos 24 afirmou usar este método diária ou semanalmente, contra 67% de adultos com mais de 65. Nos cartões de crédito, o valor é igual para ambos, 66%. No numerário, 58% para os jovens e 60% para os mais velhos.
Os valores só destoam nas carteiras digitais. A utilização destas através de ‘smartphone’ foi indicada por 89% dos jovens contra 41% dos adultos. E nos ‘smartwatches’ há uma utilização por 73% das pessoas que têm entre 18 e 24 anos face a 35% das pessoas acima dos 65.
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