Foram os portugueses quem mais gastou nas férias de verão. Segundo o último relatório da REDUNIQ Insights, entre 1 de julho e 1 de setembro de 2025, houve um aumento de 9,99% na faturação geral do País, com uma subida de 13,56% na faturação de origem nacional e de 2,90% na estrangeira, face ao período homólogo.

O relatório evidencia mudanças claras nos hábitos de consumo durante o período estival. O setor dos casinos e salas de jogo registou uma subida impressionante de 296,9%, as gasolineiras avançaram 43,7% e a atividade veterinária cresceu 27,4%. Em contraciclo, a hotelaria e as atividades turísticas recuaram 7,11%, sinalizando um verão mais contido neste segmento. Já a restauração cresceu 5,45% e os hiper e supermercados 10,85%, reforçando o peso do consumo diário.

O número de transações também aumentou, com um crescimento de 11,42% face ao ano anterior. Mais uma vez, os portugueses destacaram-se, com as transações de cartões nacionais a subir 12,64%, enquanto as de cartões estrangeiros avançaram 7,18%.

Apesar disso, o gasto médio diminuiu, fixando-se nos 33,86 euros — uma quebra de 1,96%. O consumo estrangeiro foi determinante para esta descida, ao cair 4%, para 49,55 euros. Já o consumo nacional aumentou para 29,59 euros.

À semelhança de 2024, os turistas franceses (15,91%), irlandeses (14,29%) e ingleses (13,04%) foram os que mais contribuíram para a faturação estrangeira. Contudo, Brasil, Alemanha e EUA destacaram-se como os mercados internacionais com maior crescimento no top 10 (11,41%, 3,99% e 2,10%, respetivamente).

Em termos médios, quem mais gastou foram os irlandeses (131,12 euros), muito acima da média geral, seguidos pelos turistas dos EUA (64,70 euros, menos 6,44%) e da Suíça (53,62 euros, menos 9,56%).

Regionalmente, o Centro foi a região mais dinâmica, com aumentos de 16,45% na faturação e de 15,46% no número de transações, refletindo o trabalho feito na promoção turística. O Alentejo (subidas de 14,51% e 14,49%) e o Norte (aumentos de 14,48% e 14,67%) também se destacaram, revelando uma diversificação crescente dos destinos nacionais.

O Algarve voltou a liderar no gasto médio, embora com uma quebra de 3%, para 43 euros, enquanto a Grande Lisboa concentrou a maior fatia da faturação nacional (32,06%), seguida do Norte (24,61%) e do Algarve (15,10%).

Os dias 2 e 30 de agosto marcaram os picos da atividade económica do verão de 2025, com aumentos de 22,4% e 21,3%, respetivamente, face às mesmas datas de 2024.

“Estes números revelam que os portugueses foram a grande força do consumo no verão, mas também evidenciam mudanças relevantes nos padrões de gasto, com alguns setores a surpreender pela positiva e outros a refletirem maior contenção. O REDUNIQ Insights permite às empresas perceber estas tendências e ajustar-se rapidamente às novas realidades do mercado”, afirmou Tiago Oom, diretor comercial da UNICRE.