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“Prefiro uma banca lucrativa do que a pedir dinheiro aos contribuintes”

Álvaro Santos Pereira defende que são necessárias instituições financeiras sólidas e com lucros para a economia funcionar bem

17 Set 2025 - 14:14

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Audição 17/9 parlamento, Álvaro Santo Pereira

Audição 17/9 parlamento, Álvaro Santo Pereira

O novo governador do Banco de Portugal afirmou hoje, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), que prefere “uma banca lucrativa do que a pedir dinheiro aos contribuintes”. Álvaro Santos Pereira respondia a uma pergunta do PCP e acrescentou: “Quero uma banca com lucros para termos uma economia a funcionar bem. Quando os nossos bancos se encontram numa situação de fragilidade, é muito difícil arranjar dinheiro para os defender.”

Santos Pereira insistiu na “independência absoluta” do Banco de Portugal, sublinhando que o princípio fundamental do banco central “é a independência, quer face ao poder político, quer face aos supervisionados. No meu mandato, a independência será sempre o princípio basilar do Banco de Portugal.”

Para o novo governador, “os países com bancos centrais independentes têm melhores desempenhos em termos de inflação e estabilidade financeira”, mas isso não significa ausência de diálogo com o Governo. Nesse sentido, referiu que “são necessárias melhores relações institucionais entre o banco central e os governos” e garantiu que vai “promover reuniões regulares com os ministros das Finanças”.

Outra prioridade apontada por Santos Pereira será o diálogo com as pessoas e com as empresas. O governador quer um banco “mais aberto, mais transparente e mais ativo” e vai aproveitar as seis agências e duas delegações regionais da instituição para promover “ações de literacia financeira e para informar as pessoas sobre questões relacionadas com a fraude”. Acrescentou ainda: “Eu próprio tenciono fomentar encontros do Banco de Portugal em várias regiões para ouvir as empresas, perceber o que se passa na economia real e trocarmos experiências.”

Entre os temas que o novo governador quer ver discutidos está o envelhecimento da população “e de que forma isso impacta a nossa economia”. “É um tema que já devíamos estar a debater. Continua-se a ignorar o facto de a população estar a envelhecer. A humanidade está a viver, em média, até aos 90 ou 100 anos. O que não estamos a discutir é o que isso significa para as políticas públicas e para o país. O que vai acontecer com a redução da força de trabalho?”, questionou, sublinhando ainda a necessidade de incluir na agenda temas como “as mudanças climáticas” e “as consequências da inteligência artificial”.

Santos Pereira mostrou-se também disponível para reforçar a cooperação com o Ministério da Educação no domínio da literacia financeira nas escolas e manifestou a vontade de aumentar a presença do Banco de Portugal nas redes sociais.

A questão da habitação foi igualmente abordada pelo governador, que recordou: “Construíamos 65 mil novas casas por ano; agora estamos a construir 15 mil e a procura está a aumentar. É essencial aumentar a oferta de casas, o que por vezes esbarra nas autarquias. O que o banco central pode fazer neste domínio é mostrar os dados que existem e o impacto que têm na nossa economia.” A propósito da garantia do Estado para a compra de casa destinada a jovens até aos 35 anos, defendeu que “a prioridade tem de estar do lado da oferta”.

O governador manifestou-se ainda favorável à criação da união das poupanças e investimentos, iniciativa em desenvolvimento pela Comissária Europeia dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque. “Uma das razões pelas quais a Europa está a ficar para trás em relação aos Estados Unidos tem a ver com a falta de mecanismos para financiar as empresas, que estão demasiado dependentes da banca. Na Europa não existe um verdadeiro mercado de equity nem um mercado de venture capital”, afirmou.

Relativamente aos criptoativos, Santos Pereira destacou que o regulamento MiCA “é muito importante para reduzir o risco desses ativos digitais no sistema financeiro”, alertando que os mesmos “não podem constituir nenhum esquema de Ponzi, nem servir para financiar atividades ilícitas”.

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