O Banco Santander prepara-se para pôr em andamento uma reestruturação no Reino Unido que envolve o encerramento de 95 agências, cerca de um quinto do total do banco. Com esta operação, a empresa admite que cerca de 750 trabalhadores ficam em “risco de redundância” e podem, portanto, ficar desempregados.

O banco conta atualmente com 444 agências e mais de 18 mil funcionários no país. A empresa adianta ainda, em comunicado, que, dos 349 ramos que vão ficar ativos, 18 vão ser sem balcão e 36 vão ter horário reduzido. Os horários reduzidos têm efeito a partir de junho. Paralelamente, 290 unidades vão funcionar normalmente juntamente com cinco ‘work’ cafés.

A instituição explica que as localidades vão continuar a ser servidas por Santander ‘community bankers’, que vão visitar as localidades semanalmente para prestar serviços financeiros em pessoa, visitando também ‘hubs’ bancários locais. Ainda no que toca ao apoio aos clientes afetados, o banco realça que vai continuar a investir na sua aplicação lançada em 2024 e vai contactar diretamente clientes considerados vulneráveis para encontrar maneiras alternativas de os servir. O banco acrescenta que está comprometido com a criação e expansão de ‘hubs’ bancários – detidos pela Cash Access UK e usados por vários bancos.

O Santander esclarece que 93% dos clientes continuam no raio de 16 quilómetros de uma agência do banco, apesar dos encerramentos. A par disto, existe a possibilidade de aceder a serviços bancários em pontos de correio pelo país e todas as unidades que vão ser fechadas estão a 1,6 quilómetros de um destes pontos.

Sobre os 750 empregos em risco, o Santander revela que vai reunir com os sindicatos e disponibilizar apoio aos trabalhadores impactados. Este apoio vem através de um processo de recolocação dentro do banco, acesso a apoio especializado de recolocação e apoio dedicado ao bem-estar, explica. Está também disponível para estes colaboradores uma linha de apoio à assistência aos trabalhadores, aberta 24 horas por dia.

Fonte oficial do Santander reforçou que o banco tem de equilibrar os serviços bancários digitais com a gestão cara-a-cara. “Enquanto empresa, temos de acompanhar os clientes e equilibrar o nosso investimento em todos os locais onde interagimos com eles, para lhes proporcionar o melhor, agora e no futuro”, argumenta.

Neste sentido, o Santander indica que os dados sobre utilização dos meios digitais apontam para um maior recurso aos mesmos pelos clientes. Neste campo, o banco revela que 83% das contas correntes foram abertas digitalmente, há um aumento de 56% nos utilizadores de serviços bancários móveis e de 89% nas transações com aplicações bancárias móveis. Há também uma subida de 73% nos ‘logins’ móveis.

Recorde-se que, em janeiro, surgiram notícias sobre o banco estar a rever a sua presença no Reino Unido, que, mais tarde, foram desmentidas pela CEO do grupo, Ana Botín.