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Standard Bank de Angola obtém aprovação para conta correspondente com o JPMorgan
Desde 2016 que os bancos norte-americanos não estão presentes em Angola, por receios de branqueamento de capitais, corrupção e falta de transparência no setor financeiro.
24 Out 2025 - 10:22
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Foto: standard bank de angola
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Foto: standard bank de angola
O Standard Bank de Angola obteve aprovação para abrir uma conta correspondente com o JPMorgan em dólares e em euros, marcando o regresso de bancos norte-americanos ao sistema financeiro angolano. Segundo um comunicado do Standard Bank, o processo foi finalizado este mês, depois de uma análise “rigorosa e detalhada de ‘due diligence’”, iniciada em 2023, com o objetivo de reabrir uma relação direta de correspondência com bancos norte-americanos.
“Esta decisão marca a reentrada do banco JPMorgan, o maior banco do mundo, no mercado angolano”, salienta o Standard Bank. Angola não tinha relações diretas de contas correspondentes bancárias entre bancos dos Estados Unidos e instituições financeiras angolanas desde 2016.
“Num ano em que celebramos 15 anos de atividade, esta conquista representa muito mais do que a abertura de contas correspondentes: marca a reintegração de Angola no sistema financeiro global, através do Standard Bank de Angola, o que reafirma o importante papel da nossa instituição na promoção do crescimento do país”, sublinhou Luís Teles, presidente executivo do banco, citado no comunicado.
Com a aprovação formal do Comité Interno Global do JPMorgan, o Standard Bank Angola torna-se o primeiro banco angolano a obter esta autorização, restabelecendo oficialmente a presença de bancos norte-americanos no sistema financeiro nacional. De acordo com Luís Teles, “esta parceria transcende fronteiras, refletindo o espírito de colaboração, confiança e inovação que define as duas organizações. A reentrada do JPMorgan no mercado angolano demonstra que a união de duas instituições financeiras globais tem o potencial de desbloquear o crescimento de África”.
O JPMorgan é uma das maiores instituições financeiras do mundo, servindo milhões de clientes em escala global. O Standard Bank de Angola conta com uma rede comercial de 16 agências e 66 agentes bancários.
As contas correspondentes (‘correspondent banking’) referem-se a uma relação contratual entre dois bancos de países distintos para facilitar transações internacionais, como transferências de fundos, pagamentos, liquidação de cartas de crédito, operações cambiais e compensação de cheques. Essa relação permite que bancos sem presença física num país acedam ao sistema financeiro local por meio de um parceiro confiável.
Em 2016, grandes bancos norte-americanos como o Citibank e o próprio JPMorgan encerraram as suas contas correspondentes com bancos angolanos devido a preocupações com riscos de branqueamento de capitais, corrupção e falta de transparência no setor financeiro. Como resultado, Angola perdeu o acesso direto a dólares, forçando o Banco Nacional de Angola a realizar leilões de divisas e a limitar as transações em moeda norte-americana, o que agravou a crise cambial marcada pela escassez de divisas e depreciação do kwanza. Desde então, os bancos angolanos têm recorrido a instituições correspondentes sediadas na Europa, África e Ásia como alternativa.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50
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