A operadora de pagamentos Visa anunciou que um novo departamento, que está sob a alçada do Risco e Controlo do Ecossistema de Pagamentos Visa (PERC), poupou às vítimas 350 milhões de dólares (cerca de 321 milões de euros) em dezenas de fraudes em 2024. Isto para além dos 40 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros) que o PERC bloqueou em tentativas de fraude na rede Visa no mesmo ano.

“A Visa investiu mais de 12 mil milhões de dólares [11 mil milhões de euros] em tecnologia nos últimos cinco anos, nomeadamente para reduzir a fraude e melhorar a segurança da rede”, afirmou Paul Fabara, diretor de Risco e Serviços a Clientes da Visa. “Ao mesmo tempo, fizemos um investimento significativo na nossa melhor arma contra os burlões: os nossos colaboradores. Combinando a nossa tecnologia proprietária com as experiências e perspetivas únicas que o nosso talento traz, podemos identificar e derrotar mais eficazmente até os burlões mais astutos”, acrescentou.

A Visa Scam Disruption (VSD) tem como objetivo proteger os consumidores, clientes e empresas, tirando partido da experiência, tecnologias e parcerias da Visa.

A VSD reúne uma equipa interdisciplinar que implementa estratégias de mitigação em vários esquemas fraudulentos. Para além de contratar engenheiros e programadores de inteligência artificial, a Visa focou-se também no recrutamento de perfis não tradicionais na luta contra as burlas, procurando antigos agentes da autoridade, profissionais militares e especialistas em visualização de dados.

A Visa explica que este departamento atenua as burlas através de um processo de investigação proactivo que utiliza múltiplos canais e metodologias para identificar e resolver as burlas antes que estas causem perdas devastadoras aos consumidores.

O departamento utiliza tecnologia de ponta e dados proprietários ao nível da rede para analisar e impedir as burlas. Os investigadores utilizam ferramentas de IA generativa que permitem a correlação e a análise gráfica para identificar relações complexas e analisar grandes quantidades de dados para identificar atividades de burla. De seguida, a Visa estabelece parcerias com instituições financeiras, agências de aplicação da lei e parceiros para interromper a infraestrutura da rede de fraudes.

Numa das maiores redes de burla identificadas até à data, a Visa identificou padrões de fraude em comerciantes ligados à “verificação de identidade”. Utilizando uma hiperligação de ‘phishing’ enviada através de um site de encontros que se fazia passar por um site legítimo de verificação de identidade, os burlões inscreviam as vítimas em ciclos de faturação recorrentes. Ao correlacionar transações com dados de IP e ao aplicar uma lógica avançada ao conjunto combinado, a Visa mapeou uma rede de comerciantes com atributos de fraude semelhantes para identificar toda a infraestrutura do esquema. A Visa encerrou então cerca de 12.000 destes comerciantes fraudulentos. Este esforço evitou perdas de mais de 37 milhões de dólares em fraudes e foi remetido para as autoridades policiais.

“A fraude geralmente não tem rosto, mas uma fraude é pessoal”, disse Michael Jabbara, vice-presidente sénior e chefe global da PERC na Visa. “Esses golpes afetam diretamente a vida das vítimas, às vezes com efeitos devastadores. A Visa também colabora com parceiros de inteligência, autoridades policiais e grupos de trabalho do setor para garantir que não só acabemos com esses golpistas, mas que os outros membros do ecossistema também estejam equipados para identificar sinais de alerta por conta própria.”