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Alemanha rejeita aumento de participação do UniCredit no Commerzbank
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"Rejeitamos a abordagem descoordenada e hostil do UniCredit", disse um porta-voz do governo alemão, após o aumento de participação para 28% do banco italiano no banco alemão.
19 Dez 2024 - 10:03
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Foto: Commerzbank AG
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Foto: Commerzbank AG
A Alemanha rejeitou o empréstimo do aumento de participação do UniCredit no Commerzbank para 28%, considerando-a uma “abordagem descoordenada e hostil” e repreendendo fortemente o banco italiano. “A notícia é notável porque o UniCredit havia enfatizado publicamente que não queria tomar nenhuma outra ação antes das eleições federais”, disse um porta-voz do governo alemão em resposta ao acontecimento, segundo a Reuters.
O CEO do UniCredit, Andrea Orcel, disse que queria esperar até que um novo governo estivesse em Berlim antes de fazer uma oferta, segundo a agência noticiosa, algo que não aconteceu com o aumento de participação para 28% nesta quarta-feira e a manutenção do objetivo de alcançar uma participação de até 29,9%.
“Rejeitamos a abordagem descoordenada e hostil do UniCredit”, disse o porta-voz, acrescentando que o governo em Berlim estava a “trabalhar para encontrar uma boa solução para a Alemanha”.
Recorde-se que o maior banco italiano tem vindo a aumentar a sua participação no Commerzbank nos últimos meses, encontrando oposição junto de vários “stakeholders” da Alemanha.
Agora, o UniCredit aguarda a autorização do Banco Central Europeu para deter até 29,9% do Commerzbank, um pouco abaixo do nível que desencadearia uma oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória.
O processo de autorização do BCE pode levar até 90 dias úteis a partir do momento em que recebe os documentos.
O UniCredit detém 9,5% do Commerzbank diretamente e 18,5% por meio de derivados. “Ao garantir uma participação maior, o UniCredit está a posicionar-se para exercer maior influência sobre a gestão do Commerzbank, ao mesmo tempo que limita as opções estratégicas do credor alemão”, disse Marco Troiano, chefe de instituições financeiras da Scope Ratings, à Reuters.
Esta transação confirma a visão do UniCredit de que “existe um valor significativo dentro do Commerzbank que precisa de ser consolidado”, referiu a instituição nesta quarta-feira aquando do aumento da participação. Acrescentando que a movimentação também “reflete a confiança na Alemanha, nas suas empresas e comunidades, bem como a importância de um setor bancário forte no apoio ao desenvolvimento económico do país”.
Crescimento na Alemanha
Recorde-se que o UniCredit tem mostrado vontade de adquirir mais ações daquele que é o segundo maior banco privado da Alemanha, apesar de o Governo alemão não querer que o domínio do banco passe para mãos estrangeiras.
Porém, o UniCredit tem aumentado gradualmente a sua participação no Commerzbank. Em setembro de 2024, adquiriu uma participação inicial de 9%, comprando metade desse percentual ao governo alemão, que detinha ações desde a crise financeira de 2009. Posteriormente, elevou sua participação no Commerzbank para 21% e, agora, para 28%, combinando ações diretas e instrumentos financeiros derivados.
Segundo os analistas, estas movimentações indicam uma possível intenção de o UniCredit adquirir o controlo total do Commerzbank, o que tem gerado reações mistas. Autoridades e setores financeiros na Alemanha consideraram a iniciativa “não amigável”, expressando preocupações sobre a soberania económica e possíveis impactos no emprego.
Em resposta, o Commerzbank está a explorar a possibilidade de adquirir um banco alemão de média dimensão como estratégia defensiva contra uma potencial aquisição pelo UniCredit.
O banco italiano, sob a liderança do CEO Andrea Orcel, pretende expandir a sua presença na Europa e a aquisição do Commerzbank pode ser um passo estratégico nesse sentido. No entanto, a transação enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de aprovações regulatórias e a resistência de “stakeholders” na Alemanha.
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