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Após escapar ao UniCredit, Banco BPM pondera fusão com braço italiano do Crédit Agricole
Com OPA do MPS e BPER finalizadas, o unidade Italiana do Crédit Agricole surge no topo das escolhas. Banco francês já é o maior acionista do Banco BPM.
11 Set 2025 - 14:05
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A frente bancária italiana parece não querer abrandar. Com as Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) terminadas, pode haver novas fusões a caminho. O Banco BPM está a ponderar juntar-se à unidade italiana do Crédit Agricole. O CEO do BPM, Giuseppe Castagna, indicou ao jornal italiano La Stampa, no final de julho, que o banco estava a ponderar aquisições uma vez que a OPA do UniCredit já havia falhado.
Entre os bancos visados, Castagna referiu o Monte dei Paschi di Siena (MPS), o BPER e o Crédit Agricole Itália como sendo semelhantes ao BPM, mas apontou para avanços no final do verão dado que a OPA sobre o Mediobanca ainda estava em curso. No entanto, Castagna reforçou que, caso uma fusão seguisse em frente, “seria uma escolha acordada”, rejeitando a hipótese de uma OPA hostil.
Na altura, o BPER já tinha conseguido adquirir 58,49% do Banca Popolare di Sondrio, pelo que uma fusão com este banco não se adivinhava simples. Nesta semana, o MPS conseguiu adquirir 62,3% do Mediobanca, com a oferta a reabrir daqui a uns dias, possibilitando a aquisição de ainda mais ações. Com estas operações a seguirem em frente, o braço italiano do Crédit Agricole surge como mais provável.
Tal como as restantes OPA que decorreram nos últimos meses, também uma operação deste género teria de ser aprovada pelo Governo de Itália. Sobre isto, Marco Osnato, um membro do partido da primeira-ministra Giorgia Meloni, reiterou, em declarações à Reuters: “Não nos importa se um banco é da Lombardia, da Campania ou de França, o que nos importa é proteger as poupanças e conceder empréstimos a pequenas e médias empresas, queremos que os bancos estejam próximos das comunidades locais”. Esta posição vai ao encontro da do ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, que afirmou em julho que o que importa é se os banqueiros fazem o seu trabalho e apoiam a economia e não o passaporte deles.
Recorde-se que o Crédit Agricole já é, por sua vez, o maior acionista do Banco BPM, tendo entrado na estrutura de acionistas em 2022. A instituição francesa detém 19,8% e pediu, em julho, ao Banco Central Europeu, para superar a marca dos 20%, mas rejeitando a ideia de querer controlo total do banco italiano. Itália é ainda o maior mercado estrangeiro do Crédit Agricole, importante para a sua gestora de ativos, Amundi, que tem uma parceria com o UniCredit e que expira em 2027. Já o BPM adquiriu recentemente a sua própria gestora, a Anima Holding.
Segundo cálculos de analistas do Deutsche Bank citados pela Reuters, uma fusão entre o BPM e o Crédit Agricole Itália iria aumentar a quota de agências do banco italiano de 7% para 12%, com um aumento de lucro por ação de 4% no primeiro ano e de 25% dentro de três anos.
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