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Banca europeia sólida mas com custo do risco a subir
Quatro grandes bancos portugueses contribuíram para a análise do painel de risco da Autoridade Bancária Europeia.
11 Ago 2025 - 15:15
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A Autoridade Bancária Europeia (EBA) divulgou, nesta segunda-feira, os dados da análise de risco ao setor bancário europeu no primeiro trimestre de 2025, que contou com a participação de quatro dos maiores bancos a operar em Portugal. As instituições financeiras mantêm-se robustas, com um rácio de capital próprio CET1 (Core Tier One) de 16,2%, estável face ao trimestre anterior. Os ativos ponderados pelo risco ascenderam a 9,9 biliões de euros. A relevância do risco operacional aumentou, representando agora 12,9% do total de ativos ponderados pelo risco.
No que diz respeito à rentabilidade dos capitais próprios (ROE), esta foi de 10,5% no primeiro trimestre de 2025, menos 10 pontos base face ao período homólogo de 2024. O retorno sobre o património manteve-se em 0,73%. A rentabilidade dos bancos permaneceu estável, apesar da redução da margem financeira líquida (NIM), que diminuiu cinco pontos base para 1,6% em relação ao trimestre anterior. Esta tendência repetiu-se por mais um trimestre, com a NIM a cair oito pontos base face a março de 2024. O impacto na receita financeira líquida (-1,3% face ao ano anterior) foi compensado pelo crescimento dos ativos e pelo aumento da receita líquida de comissões, que subiu 6% em termos homólogos.
Os bancos da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (UE/EEE) reportaram um total de ativos de 29 biliões de euros, um aumento de 2,7% face ao trimestre anterior. Esta variação deveu-se sobretudo ao aumento dos títulos de dívida, que passaram a representar 14,6% do total dos ativos, contra 13,7% no quarto trimestre de 2024. Os saldos de caixa também aumentaram ligeiramente na comparação trimestral, totalizando 10,9% do total dos ativos. Os empréstimos a clientes (famílias e empresas não financeiras) cresceram cerca de 1%, impulsionados, em especial, pelos empréstimos à habitação e pelo financiamento a pequenas e médias empresas (PME).
No que respeita ao crédito malparado (NPL), o valor total reportado foi de 377,8 mil milhões de euros, em linha com o trimestre anterior. Apesar desta estabilidade, o custo do risco (CoR) subiu para 57 pontos base, valor consideravelmente superior à média de cerca de 48 pontos base registada desde 2021, e o mais elevado desde então. Os dados revelam, contudo, alguma tendência cíclica, com níveis de CoR substancialmente mais altos no primeiro trimestre de cada ano.
O rácio de empréstimos sobre depósitos de famílias e empresas não financeiras (SNF) registou uma ligeira recuperação face ao mínimo plurianual do trimestre anterior, situando-se em 106,3% no primeiro trimestre de 2025, contra 104,8% no quarto trimestre de 2024. Os depósitos de famílias e sociedades não financeiras diminuíram marginalmente 0,5% no trimestre. Em contrapartida, os depósitos de outros clientes — que incluem também instituições financeiras não bancárias (IFNB) — aumentaram 9,4%, passando a representar 12,7% do total do passivo dos bancos.
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