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Bancos portugueses atentos aos prejuízos dos incêndios estudam apoios aos clientes
Em Espanha praticamente todos os bancos já estão no terreno com apoios às vítimas dos fogos. Em Portugal, CGD, Millennium/BCP, BPI e Santander estão “atentos” e procuram adaptar respostas “caso a caso”.
22 Ago 2025 - 07:15
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Foto: Adobe Stock/Ingus Evertovskis
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Foto: Adobe Stock/Ingus Evertovskis
O flagelo dos incêndios que atingiu a Península Ibérica está a mobilizar o setor bancário na resposta às vítimas. Em Espanha, praticamente todos os bancos já anunciaram iniciativas, que incluem linhas de crédito bonificado, moratórias nos pagamentos ou, simplesmente, donativos às populações mais afetadas. Em Portugal, o Jornal PT50 questionou as principais instituições financeiras sobre como estão a avaliar a situação e quais as medidas em preparação. Para já, os bancos afirmam estar “atentos e a avaliar todas as situações”.
No seguinte ao primeiro-ministro ter anunciado um conjunto de apoios para famílias e empresas, nomeadamente a comparticipação a 100% das despesas de reconstrução de casas destruídas até ao montante máximo de 250 mil euros por habitação, a banca nacional permanece expectante, mas pronta a ajudar no que for necessário.
Fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse ao Jornal PT50 que “é natural que possam existir, no futuro, projetos de ajuda da sociedade civil”, mas sublinhou que, nesta fase, “a prioridade é apagar os incêndios, salvaguardar as casas e os bens e, mais importante, proteger as vidas humanas”.
O Millennium BCP também acompanha de perto a evolução da situação: “O banco está a acompanhar o esforço dos bombeiros e da Proteção Civil no combate aos incêndios em várias zonas do país. Analisaremos caso a caso a situação dos clientes afetados e procuraremos as melhores soluções”, afirmou fonte oficial ao Jornal PT50.
A mesma preocupação manifesta o Santander Portugal: “A missão do Santander Portugal é ajudar as pessoas e as empresas a prosperar. Nesse sentido, permanecemos atentos e próximos dos nossos clientes e continuaremos a disponibilizar soluções adequadas às necessidades identificadas”, referiu fonte da instituição ao Jornal PT50. Em Espanha o Santander decidiu adiantar o pagamento das indemnizações dos seguros agrícolas que estão dependentes dos fundos europeus da Política Agrícola Comum (PAC), e também abriu uma linha de crédito com condições especiais para agricultores e criadores de gado das regiões mais atingidas.
No caso do BPI, o seu acionista maioritário, o Caixabank, já tinha avançado em Espanha com iniciativas de apoio às vítimas. Através do seu banco social, o MicroBank, lançou linhas de crédito específicas no valor de 100 milhões de euros para famílias e empresas afetadas, distribuídos por: 40 milhões na Galiza, 30 milhões em Castela e Leão, 20 milhões na Estremadura e 10 milhões em Castela-Mancha.
O MicroBank lançou ainda uma linha especial de microcréditos de emergência, destinada a trabalhadores independentes e microempresas, para responder às necessidades profissionais resultantes desta situação excecional. O financiamento, apoiado pelo Fundo Europeu de Investimento (FEI), cobre despesas essenciais à manutenção da atividade, com um limite máximo de 50.000 euros por operação.
Em Portugal, o BPI garantiu ao Jornal PT50: “Somos muito sensíveis às dificuldades das famílias e empresas afetadas pelos incêndios. O banco está a acompanhar os clientes desde o primeiro momento, com toda a atenção, caso a caso, e continuará a procurar, como sempre, a resposta mais adequada às necessidades específicas de cada cliente.”
Para além do Caixabank, também o Sabadell lançou um financiamento de 45 milhões de euros em condições preferenciais e sem comissões, no âmbito de um plano de apoio a famílias, empresas e trabalhadores independentes afetados, sobretudo na Galiza, Astúrias, Comunidade de Madrid, Castela e Leão e Estremadura. A iniciativa inclui ainda o pagamento antecipado de indemnizações de seguros e resseguros, com juros de 0% até 12 meses e sem comissões, para garantir liquidez imediata às famílias e setores produtivos.
O BBVA anunciou uma linha de financiamento de 30 milhões de euros, em condições especiais — sem comissões e com flexibilidade de pagamento, incluindo períodos de carência de capital — com o objetivo de apoiar a recuperação económica das zonas atingidas.
A Cajamar, por sua vez, lançou uma linha especial de crédito de 20 milhões de euros em condições preferenciais e flexibilizou o produto segurador Agroseguro, permitindo o pagamento mais célere das indemnizações.
Já a Unicaja disponibilizou um serviço personalizado de atendimento às vítimas dos incêndios e anunciou uma linha de financiamento destinada a famílias, empresários, agricultores e criadores de gado, embora sem detalhar os montantes envolvidos.
O Abanca foi, até agora, a única instituição a anunciar uma doação direta: 1 milhão de euros para apoiar as populações afetadas, a ser distribuído de forma “rápida e flexível, priorizando as necessidades mais urgentes”.
O Jornal PT50 questionou ainda o Banco Montepio — com forte ligação à economia social — e o Crédito Agrícola, instituição com grande expressão no setor primário, mas até ao momento não obteve resposta.
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