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BBVA espera controlar mais de 60% do Sabadell, banco catalão garante que OPA vai fracassar

O presidente do Sabadell acredita que a OPA do BBVA será um fracasso, com apenas 12% de apoio até agora. O BBVA espera controlar 60-70% do Sabadell, mas poderá precisar de outra OPA se não atingir 50%.

06 Out 2025 - 15:23

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César González-Bueno, CEO do Banco Sabadell, e Onur Genç, CEO do BBVA

César González-Bueno, CEO do Banco Sabadell, e Onur Genç, CEO do BBVA

O presidente executivo do banco catalão Sabadell, César González-Bueno, disse nesta segunda-feira que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) de que é alvo a instituição por parte do BBVA, que termina na sexta-feira, será um fracasso. Já o presidente do BBVA, Carlos Torres, estimou no domingo que o banco passará a controlar entre 60% e 70% do Sabadell com a OPA.

Numa conferência em Madrid organizada pelo Expansión e KPMG, o CEO do Sabadell, César González-Bueno, afirmou duvidar de que a OPA seja bem sucedida e que o BBVA consiga comprar pelo menos 30% das ações do banco que lidera. Segundo César González-Bueno, até agora, quando faltam quatro dias para terminar a OPA, o BBVA só conseguiu 12% do Sabadell, somando fundos e particulares.

Mesmo que supere os 30%, se ficar abaixo dos 50%, o BBVA poderá aceitar ficar com essa participação no Sabadell, mas teria, por lei, de lançar uma segunda OPA com uma oferta integralmente em dinheiro (o que não acontece na atual, que é uma troca de ações), sublinhou González-Bueno, que referiu que se abre neste caso um cenário incerto. O CEO do Sabadell alertou também que alguns investidores e fundos acionistas do Sabadell, que estão a anunciar a intenção de aderir à OPA, podem estar “a fazer de lebre” para levar outros a vender as ações do Sabadell, mas sem que eles próprios avancem nesta fase. O objetivo, segundo González-Bueno, seria forçar a segunda OPA, na expectativa de conseguirem ganhar mais dinheiro nessa fase, se vier a concretizar-se.

Por seu turno, o presidente do BBVA, Carlos Torres, afirmou no domingo, numa entrevista ao La Vanguardia, que o banco “conseguirá entre 60 e 70%” do Sabadell. “Temos informação direta de acionistas institucionais que nos dizem numa esmagadora maioria ter a intenção de aceitar a oferta, mas só conheceremos que aceitaram formalmente depois de terminar o processo”, afirmou Carlos Torres. Quanto à possibilidade da segunda OPA, Carlos Torres considerou, referindo-se aos acionistas do Sabadell, que “não tem qualquer sentido esperar porque uma segunda oferta é incerta”.

A OPA está formalmente em curso desde 8 de setembro e os acionistas do Sabadell têm até 10 de outubro para aceitar a oferta do BBVA. O banco basco BBVA oferece uma ação sua por cada 4,8376 ações do catalão Sabadell.

Como a oferta é integralmente em ações, os acionistas que tiverem mais-valias ficam livres de tributação fiscal em Espanha se a aceitação da OPA superar 50% dos direitos de voto do Sabadell, “dado que a operação seria fiscalmente neutra”, destacou o BBVA em 22 de setembro, numa comunicação à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha. Com esta proposta, o BBVA “avalia cada ação do Banco Sabadell a 3,39 euros, um valor recorde em mais de uma década”, destacou o banco basco.

A OPA hostil do BBVA tem como alvo 100% do capital social do Sabadell, composto por 5.023.677.732 de ações. O BBVA lançou a OPA sobre o Sabadell em maio de 2024, mas só foi aprovada pelo regulador do mercado espanhol em abril passado.

Em 24 de junho, numa decisão inédita, o Governo de Espanha levou a OPA a Conselho de Ministros e estabeleceu que só a autoriza se os dois bancos mantiverem durante três anos personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separadas. O Governo poderá, após três anos, prolongar esta exigência por mais dois. Bruxelas abriu um procedimento de infração contra Espanha por causa da legislação que permitiu ao Governo condicionar a fusão dos dois bancos.

Em 11 de agosto, o BBVA decidiu avançar com a OPA, apesar das condições impostas pelo Governo. Se avançar, a fusão dos dois bancos criará uma entidade com perto de um bilião de euros em ativos, 135 462 trabalhadores em todo o mundo (dos quais 19 213 do Sabadell) e mais de 7 mil agências. Seria dos principais bancos europeus e ultrapassaria o CaixaBank (dono do português BPI) em ativos, posicionando-se como o segundo maior banco de Espanha em ativos.

 

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50

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