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Clientes do Eurobic/ABANCA em frente ao banco acusam este de nada fazer após fraudes de milhares de euros
Um grupo de 10 clientes do Eurobic/ABANCA protestou em Lisboa, acusando o banco de não agir após transferências não autorizadas. Grupo indica que mais manifestações estão planeadas.
20 Out 2025 - 12:20
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Foto: ABANCA
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Notícia atualizada às 13h51
Um grupo de 10 clientes do Eurobic/ABANCA manifestou-se nesta segunda-feira frente à sede do banco, em Lisboa, que acusam de nada fazer após terem sido lesados em milhares de euros que dizem ter sido transferidos sem a sua autorização. Os clientes empunhavam cartazes com frases como ‘confiamos o nosso dinheiro no Eurobic/ABANCA, fomos roubados’ e ‘o dinheiro era nosso, a culpa é vossa’.
Segundo disseram à Lusa, o banco “lava as mãos”, alegando que cumpriu os procedimentos e que foram os clientes que deram as ordens de transferência, o que vários negam. Também do Banco de Portugal não obtiveram resposta às suas reclamações. Os clientes fizeram queixas na Justiça e aguardam o desenrolar do processo no Ministério Público.
Segundo Elisabete Rebelo, que tem a empresa Rotunda Peças, ao fazer uma transferência na conta da sua empresa na Internet estranhou o que lhe era pedido, contactou a sua agência e foi uma trabalhadora que a pôs em contacto com um funcionário do banco de Lisboa. Foi esse funcionário que deu as instruções de como proceder na transferência e, depois disso, saíram da conta da sua empresa 85 mil euros, contou.
“O banco lava as mãos. Se eu entrei num ‘site’ fraudulento foi o banco que me mandou entrar, a responsabilidade é do banco, eu pago-lhes para guardar o meu dinheiro e os meus dados pessoais”, afirmou.
Joaquim Saiote revelou à Lusa que, no seu caso, “foi feita uma transferência sem consentimento de valor muito elevado” da conta da empresa para uma conta do mesmo banco. “O banco não intitula como burla, diz que fomos nós que fizemos a transferência”, explicou, negando que tal tenha acontecido.
José Almeida, por seu lado, contou que foram transferidos mais de 106 mil euros da conta da sua empresa em cinco vezes. “Não dei coisíssima nenhuma, nenhuma credencial. Numa segunda-feira ia fazer transferências para os fornecedores e bloquearam-me a conta”, contou, dizendo que foi aí que se apercebeu de que perdeu dinheiro. Segundo explicou, foi logo ao banco mas não conseguiram anular as transferências. “Sabemos todas as contas para que foi transferido o dinheiro, temos o nome das pessoas, o NIB”, disse José Almeida, acrescentando que esta situação criou problemas na sua empresa, desde logo de pagamentos a fornecedores e a trabalhadores.
Os clientes que hoje se manifestaram representam 15 pessoas lesadas na mesma altura (junho/julho deste ano), seja em contas pessoais ou empresariais, mas disseram à Lusa que têm informações que apontam para centenas de lesados, adiantando que não ficarão por aqui e farão mais manifestações.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o Eurobic/ABANCA reitera que “a segurança e a confiança dos clientes são a prioridade máxima” da instituição e que lamenta que “as situações de fraude continuem a afetar clientes de todo o sistema bancário”, cada vez mais sofisticadas. Afirmou ainda o grupo que vem cooperando com as autoridades na prevenção e investigação destes crimes e que “continuará a reforçar as medidas de prevenção, deteção e sensibilização sobre fraudes financeiras”.
O banco acrescentou que auditorias internas que tem feito vêm concluindo que “estes crimes não resultam de qualquer falha ou vulnerabilidade dos sistemas informáticos do banco, mas sim de esquemas externos cada vez mais sofisticados, que utilizam anúncios falsos, ‘sites’ fraudulentos (‘phishing’), SMS e chamadas telefónicas enganosas”. O EuroBic/ABANCA salienta ainda que “compreende as dificuldades enfrentadas pelos clientes” e que se pôs à “disposição para os apoiar”.
A Lusa enviou mais questões para o Eurobic/ABANCA sobre estes casos.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50
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