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José Manuel Campa: “Devemos dar prioridade à regulação que vai aprofundar o mercado único”

José Manuel Campa fez a sua última intervenção junto do Parlamento Europeu. Aproveitou ainda para destacar a evolução da banca europeia na última década.

19 Nov 2025 - 07:06

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José Manuel Campa, presidente da Autoridade Bancária Europeia | Foto: LinkedIn

José Manuel Campa, presidente da Autoridade Bancária Europeia | Foto: LinkedIn

O presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa), José Manuel Campa, aproveitou a sua última intervenção junto do Parlamento Europeu enquanto líder desta entidade para apelar ao aprofundamento do mercado único e destacar a evolução do setor bancário europeu na última década e os riscos que o mesmo enfrenta atualmente.

“Devemos dar prioridade à regulação que vai aprofundar o mercado único e a nossa capacidade de beneficiar dele”, sublinhou, defendendo que, antes da implementação de novas regras no setor financeiro, se deve questionar se as mesmas vão ajudar o mercado único ou não.

O presidente mostrou-se ainda desiludido pelo fraco avanço da integração do setor bancário. “As interligações transfronteiriças no setor bancário da UE não aumentaram. Os ativos bancários transfronteiriços detidos por entidades controladas pela UE não aumentaram na última década e mantêm-se nos mesmos níveis de há 20 anos. O mesmo se pode dizer de outros indicadores de integração financeira na União Europeia (UE) (como a convergência de preços), mesmo na área do euro”, critica.

Mais resiliência e novos riscos

Campa aproveitou também a sua intervenção para realçar as métricas atuais dos bancos europeus. Destaca o rácio CET1 atual dos bancos da UE, que é agora de 16,3% e há dez anos era 12,8%, e o ROE, que ascende a 10,7% nos tempos que correm e era apenas 6,8% uma década antes. O rácio NPL, por sua vez, é menos de um terço – baixou de 6% para 1,8%.

“Os testes de stress da EBA deste ano confirmaram que os bancos da UE estão numa fortes e bem posicionados para apoiar o crédito à economia da UE, mesmo em circunstâncias muito desfavoráveis”, relembrou, referindo-se aos testes realizados em agosto.

Houve ainda espaço para alertar sobre “novas vulnerabilidades” que devem ser “monitorizadas de perto”. A primeira diz respeito aos riscos operacionais que se mantêm “elevados”, especialmente, sublinha, devido ao risco geopolítico. As ameaças relacionadas com cibersegurança e fraude e os riscos legais continuam a afetar a estabilidade e resiliência do setor bancário, reitera.

O líder da entidade reguladora considera que há uma visão limitada sobre as ligações crescentes com intermediários financeiros não bancários e que é necessária uma gestão de risco prudente sobre esta vertente do setor financeiro para assegurar a estabilidade financeira. De seguida, refere a tecnologia que transforma esta indústria e os novos atores que traz consigo. “Os bancos precisam de continuar a investir, a adaptar-se e a manter-se competitivos neste ambiente”, argumenta.

Por fim, aponta que “a transformação da economia da UE que tenta combater os desafios atuais e assegurar a sustentabilidade é também um desafio para os nossos bancos. Precisam de estar prontos e capazes de dar o financiamento adequado para esta transformação”.

“As bases são sólidas”, reforça, mas apela a que não se caia na “complacência”.

O outro tópico abordado por Campa foi o rumo da regulação em si. Indica não gostar do termo “simplificação” e prefere antes chamar-lhe “eficiência”. “Da perspetiva da EBA, significa perguntar-nos a nós mesmos como podemos implementar o quadro prudencial na forma mais otimizada possível”, ilustra.

O presidente da autoridade bancária adiantou ainda que esta espera designar no início de 2026 o primeiro ‘asset-referenced token’, com a EBA a preparar-se, revela Campa, para a supervisão dos emissores destes ‘tokens’ e de ‘e-money tokens’.

Recorde-se que Campa apresentou a sua demissão em setembro, com efeitos a partir de 31 de janeiro, por razões pessoais. O processo de recrutamento está em curso, tendo o período de candidaturas acabado no início de novembro.

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