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Direitos de pensões acumulados elevam dívida portuguesa para 384% do PIB

Estudo do Eurostat calcula a dimensão real das dívidas públicas dos países europeus, tendo em conta os direitos adquiridos pelos pensionistas até 2021.

27 Nov 2025 - 07:15

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Foto: Unsplash

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Portugal tem uma dívida pública projetada para 2026 que não deverá ultrapassar 87,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Governo. Porém, se o País tivesse de pagar de uma só vez todas as pensões a que os reformados têm direito, em virtude da sua carreira contributiva, o endividamento dispararia para 384% do PIB.

O exercício de calcular a dívida dos países europeus considerando as responsabilidades assumidas com as pensões foi realizado por três economistas — Luis Garicano, Bengt Holmström e Nicolas Petit — em colaboração com o organismo responsável pelas estatísticas da União Europeia, o Eurostat.

O cálculo desta dívida implícita das pensões nas contas nacionais é uma estimativa do valor de todas as pensões que os agregados familiares acumularam até 2021, seja através de sistemas públicos de repartição (como é o caso da Segurança Social em Portugal), seja através de sistemas privados complementares.

Para obter este valor, projetaram-se os benefícios que cada pessoa receberá quando se reformar, com base no seu historial laboral e nas regras do sistema de pensões, e actualizaram-se para valor presente. Os autores do relatório utilizaram este método para calcular a dívida que as sociedades terão de enfrentar no futuro, dado que, em princípio, cada euro gasto em pensões será um euro que não poderá ser utilizado noutras áreas de investimento.

Aplicando este raciocínio, Espanha surge em primeiro lugar em termos de dívida pública acumulada, com 507% do PIB quando consideradas as responsabilidades assumidas com os seus pensionistas. Em segundo lugar aparece a Áustria, cuja dívida pública subiria para 464% do PIB. Em terceiro lugar surge a Itália, com uma dívida que ascenderia a 443% do PIB.

Os países mais bem posicionados, em termos de impacto das pensões a pagar no PIB, são a Dinamarca, cuja dívida pública aumentaria para 94% do PIB, e a Irlanda, onde cresceria para 117% do PIB caso tivesse de pagar de imediato todos os compromissos assumidos com os seus pensionistas.

Segundo os autores do estudo, “se a União Europeia continuar estagnada, os nossos países não conseguirão manter os serviços que os seus cidadãos dão por garantidos: subsídios de desemprego, saúde gratuita, pensões vitalícias e educação acessível. O crescimento é necessário para financiar os compromissos existentes e fazer face à recente vaga de novos compromissos. A estagnação transformará o Estado-Social europeu numa utopia do passado”.

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