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Eupago já atingiu metas de 2025 e prepara-se para expandir do B2B para o B2C em 2026

O co-CEO da Eupago, Telmo Santos, coloca a consolidação em Espanha no topo das prioridades. Líder da empresa aponta para um crescimento de 40% em faturação, à semelhança do ano passado.

29 Set 2025 - 07:01

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Foto: Eupago

Foto: Eupago

A Eupago, empresa portuguesa focada na área dos pagamentos vai, em 2026, expandir o seu negócio para chegar ao consumidor final. Até ao momento, a Eupago presta serviços apenas a outras empresas, nomeadamente, pequenas e médias empresas. Em conversa com o Jornal PT50, Telmo Santos, co-CEO da ‘fintech’, aponta para meados do próximo ano “novidades” sobre este tema, com o produto a chegar ao mercado no final do ano.

Sobre o que é o produto, o líder da empresa não quis adiantar muito. “Vai ser a junção de todas as empresas que temos no grupo e tentar encontrar uma solução global que nos permita chegar ao mercado B2C”, revela, de forma tímida, sublinhando que “vai ser o pináculo do trabalho dos últimos dez anos”.

Apesar desta novidade para 2026, Telmo Santos considera ainda extemporâneo fazer previsões para o próximo ano, no que toca a objetivos e desejos. “É preciso começar a fechar este ano”, afirma, e acredita que “só no primeiro trimestre é que vamos ter uma grande ideia daquilo que queremos para o final de 2026”.

Consolidação em Espanha é a prioridade

Sobre aqueles que são realmente os objetivos concretos da empresa, Telmo Santos destaca o crescimento em Espanha. Oficialmente, a Eupago entrou no país vizinho em 2024, com autorização do Banco de Espanha para operar enquanto instituição de pagamentos, mas Telmo Santos indica que este plano já estava em marcha há sete anos.

Sobre o estado da empresa em Espanha, esta está a “superar” as expectativas. Inicialmente, a Eupago atuava ao abrigo do regime livre de prestação de serviços, esclarece, e revela ter notado alguma dificuldade para clientes espanhóis “acreditarem numa Eupago 100% portuguesa”. Com a abertura de um local físico em Madrid, onde já trabalham seis pessoas, Telmo Santos conta que os clientes espanhóis começaram a entender a “importância de ter uma solução local quando querem vender para o seu vizinho ibérico”.

No que diz respeito ao número de clientes da sucursal espanhola, estes eram cerca de 500 há um ano e, agora, o co-CEO revela que já conseguiram duplicar. Neste sentido, sublinha o facto de a empresa já não estar tão dependente dos clientes portugueses apenas. Esta expansão mostrou-se relevante para o negócio, com alguns clientes a fazerem a diferença no volume de transações processadas e no valor das mesmas. “Aquilo que eu vos posso dizer, por exemplo, é que nós temos dois clientes da sucursal que entraram para o nosso top 20 português na área do e-commerce”, exemplifica Telmo Santos.

Sobre possíveis expansões para novos mercados, voltou a reforçar a consolidação e o investimento em Espanha, mas apontou, caso acontecesse, para Itália como um possível novo país a explorar. O co-CEO justifica esta opção com a emergência do MB Way em Portugal, o Bizum em Espanha e o Bancomat em Itália.

ADN acima do bom negócio

Outro avanço relevante da Eupago no último ano foi a aquisição da Pagaqui, também uma empresa de pagamentos nacional. Esta empresa trouxe mais conhecimento sobre B2C para a Eupago, dada a sua atuação na área da bilhética.

Esta experiência e conhecimento acumulados, para Telmo Santos, mostram-se importantes para uma empresa cujo mote é a democratização dos pagamentos. “Para nós é mesmo muito importante chegar a uma altura em que nós conseguimos estar no território nacional e conseguir resolver o problema de todos os portugueses”, ambiciona.

Sobre novas aquisições, esclarece que a empresa deixa “tudo em aberto”. “O nosso ADN é sempre criar coisas novas”, ilustra. Reforça que tenciona continuar a fazer o seu caminho, “lento, passo a passo”, caso não venha a haver nenhuma aquisição, mas não descarta a hipótese se surgir um bom negócio.

Mas o bom negócio não está acima de tudo. Questionado sobre se a estrutura acionista se mantém entre ele e o parceiro de negócios, José Veiga, Telmo Santos é peremptório a afirmar que assim é e assim se vai manter. Posta em cima da mesa a hipótese de abrir o jogo a outros investidores, alega que “não faz sentido” e que se ia perder aquilo que os levou até onde estão.

Explica que isto se deve à necessidade de manter o ADN da empresa, porque “as empresas são aquilo que as pessoas que lá trabalham são”. Confrontado com a questão sobre se o ADN se sobrepõe a um bom negócio, Telmo Santos contrapõe que “um bom ADN cria um bom negócio”.

Metas para 2025 já atingidas

Sobre como vai o negócio no ano corrente, Telmo Santos assegura que 2025 já conta com os objetivos delineados cumpridos. Isto aplica-se a “tudo”, de acordo com o líder da empresa, desde a faturação ao número de clientes, bem como a diversificação dos meios de pagamentos.

Sobre a faturação, esta deve crescer na ordem dos 40%, tal como de 2023 para 2024, quando ficou perto de 21 milhões, como divulgado no relatório de contas disponível no site da Eupago. De acordo com o mesmo relatório, os gastos gerais administrativos subiram 47%.

Neste campo, houve ainda um aumento de perto de 34% nos custos com pessoal, dado o aumento de pessoas na equipa da Eupago. No que diz respeito às perspetivas de crescimento dos recursos humanos, Telmo Santos adianta que é “expectável” crescer cerca de 50% em 2026. Neste momento, o número de colaboradores está, em média, nas 120 pessoas, com flutuações frequentes.

Em termos de contas abertas, o co-CEO refere que espera terminar o ano com, no mínimo, 25 mil clientes.

2025 contou ainda com a integração da Apple Pay e do Google Pay no rol de meios de pagamento da empresa. Telmo Santos indica que um novo meio de pagamento vai resultar na angariação de clientes que não tinham antes. A título de exemplo, refere que a integração do PIX, solução de pagamentos brasileira, vai naturalmente atrair uma loja que sirva muitos clientes dessa nacionalidade.

Neste sentido, esclarece que a adição de um meio de pagamento pode não resultar num aumento imediato e notável. Para este efeito, dá o exemplo do MB Way, que Telmo Santos destaca ter sido integrado pela Eupago antes da concorrência. No primeiro ano, representou 0,5% do volume das transações da empresa. O valor foi crescendo e, neste momento, o co-CEO estima que represente perto de 65%. Assim, realça que é necessário pensar sempre a longo prazo.

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