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Isabel Ucha: “Temos um perfil ESG definido para as 1800 empresas cotadas nos mercados Euronext”

A CEO da Euronext Portugal diz que é preciso “mais poupança. A poupança dos cidadãos tem de chegar ao financiamento dos investimentos sustentáveis”.

27 Nov 2025 - 10:46

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Isabel Ucha, CEO da Euronext Portugal na Conferência PT Green

Isabel Ucha, CEO da Euronext Portugal na Conferência PT Green

As 1800 empresas de 22 países que estão cotadas nos vários mercados Euronext já têm um perfil ESG – Ambiente, Social e Governança – que pode ser consultado por todos os investidores que queiram investir em projetos sustentáveis. A novidade foi deixada por Isabel Ucha, CEO da Euronext Portugal, na Iª Conferência Green Finance, organizada pelo jornal PT Green, que se realizou nesta quinta-feira em Lisboa.

A responsável adiantou que esse perfil foi construído “com base em 60 indicadores de sustentabilidade. Este ano vamos acrescentar a esses indicadores os objetivos climáticos, e recentemente foi introduzido um ESG benchmarking que permite que as empresas comparem as suas práticas sustentáveis”.

Isabel Ucha referiu que a “Euronext Portugal tem um compromisso com as finanças sustentáveis e queremos atrair as poupanças dos cidadãos europeus para projetos de sustentabilidade”.

A responsável falou da sua experiência diária no contacto com as empresas: “quer em Portugal, quer ao nível europeu, as empresas continuam a fazer o seu caminho de sustentabilidade. Continuam a fazer investimentos e a precisar de financiamento para esses investimentos, e procuram novas oportunidades”.

A CEO da Euronext Portugal deu alguns exemplos da preocupação das empresas com as questões climáticas e de sustentabilidade, referindo, nomeadamente, a intervenção pública do CEO da seguradora Fidelidade, Rogério Campos Henriques, que revelou que os eventos climáticos extremos têm vindo a aumentar, e que nos últimos cinco anos a companhia teve muitos mais danos do que nos cinco anos anteriores, que já tinham sido superiores aos cinco anos anteriores a esses.

Isabel Ucha chamou a atenção para o facto de as empresas cotadas estarem cada vez mais a emitir “dívida verde”, como foi o caso do Grupo EDP, que emitiu recentemente mais de mil milhões de euros em dívida verde, tendo nos últimos anos emitido mais de 15 mil milhões em obrigações verdes e levantado no mercado de capitais financiamento no valor de três mil milhões.

“Boa parte da transição energética de Portugal tem sido feita através dos mercados de capitais”, afirmou a CEO da Euronext Portugal, dando como exemplos os financiamentos da Galp, EDP ou Greenvolt (que entretanto deixou de estar cotada).

“Os desafios da sustentabilidade vão exigir montantes extraordinários de investimento, investimento que as bolsas podem dar”, afirmou Isabel Ucha, acrescentando que “a Euronext tem vindo a consolidar a sua presença no espaço europeu (está em oito países). Estamos a construir um dos pilares fundamentais da União da Poupança e do Investimento. Temos de ser um centro de financiamento de mercado único, com as mesmas regras e o mesmo acesso para todas as empresas”.

Segundo a responsável, “é fundamental termos transparência na comunicação com os investidores. Transparência nos objetivos e nos indicadores de sustentabilidade”, acrescentando: “os investidores querem saber onde é que estão a investir! Para dar resposta a isso, temos hoje obrigações ESG e ETFs à escala europeia. Existem 3100 emissões de obrigações ESG promovidas por 600 emitentes”.

De acordo com a CEO da Euronext Portugal, o nível de emissões obrigacionistas ESG tem vindo a crescer este ano em relação a 2024, ano em que já se tinha registado um aumento de 23% face a 2023, considerando Isabel Ucha que “a trajetória de atratividade das empresas por estes instrumentos de financiamento continua elevada”.

Ao nível dos fundos ETFs, a procura é cada vez maior por parte dos investidores jovens, e o mercado Euronext tem 125 índices ESG, que são utilizados pelos gestores de ETFs para lançar novos produtos. “Temos 4000 ETFs cotados, dos quais 1250 são ETFs ESG. As bolsas ajudam as empresas a alocar e a levantar investimentos sustentáveis”, referiu a CEO da Euronext Portugal.

Por fim, Isabel Ucha deixou uma palavra sobre a regulação, considerando que “se foi longe demais”, referindo a iniciativa OMNIBUS 1 como uma forma encontrada pela Comissão para simplificar toda a estrutura regulatória.

“Talvez até mais importante seja ainda outro tema: temos de ter mais poupança e temos de levar os investidores a investir melhor essa poupança; a poupança dos cidadãos tem de chegar ao financiamento dos investimentos sustentáveis”, afirmou a responsável, destacando as iniciativas levadas a cabo pela Comissária Europeia dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, como é o caso do regime das contas-poupança-investimento, a adesão por defeito aos chamados Planos de Poupança Reforma Europeus e o fomento da literacia financeira.

“No próximo dia 3 será apresentada uma reforma regulatória para o mercado de capitais da Europa, mas muitas iniciativas dependem do que os governos quiserem fazer”, concluiu Isabel Ucha.


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