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Portugal é o 7.º país onde menos pessoas são expostas diariamente a esquemas de fraude
O relatório da Aliança Global Anti Esquemas e da Feedzai estima que 380,7 mil milhões foram perdidos para a fraude no último ano. Nestes últimos 12 meses, 70% das pessoas foram expostas a esquemas.
12 Out 2025 - 10:04
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A Aliança Global Anti Esquemas de Fraude Financeira lançou o seu relatório sobre o estado das fraudes em 2025 e este demonstra que Portugal aparece como o 7.º país do mundo onde as pessoas menos são expostas a esquemas fraudulentos todos os dias. Apenas 6% dos portugueses reporta encontrar esquemas destes diariamente, com a China a ser o país com menor percentagem, de 2%.
No extremo oposto desta lista aparecem os EUA, onde 29% dos inquiridos indicaram encontrar esquemas deste género no quotidiano. De forma mais macro, a América do Sul é a região do globo com maior prevalência, com 23%, e o Médio Oriente a zona com menos exposição, apresentando 8%. No total global, 13% das pessoas revela encontrar esquemas todos os dias.
Quando se tem em conta os últimos 12 meses, aponta o relatório, 70% das pessoas foi exposta a fraudes. As regiões onde este dado se agrava mais são a Oceânia, com 82%, seguida pela América do Sul e África, ambas com 81%.
Já no que diz respeito a experienciar a fraude propriamente dita, 57% dos inquiridos revela ter estado nesta situação. A Oceânia volta a aparecer no topo, com 73%, e, no fundo, o Médio Oriente, com 51%. Entre os vários países do mundo, o Quénia destaca-se na liderança, onde 83% das pessoas experienciou fraude no último ano. Em segundo lugar aparece a Irlanda, com 79%, e, a fechar o top 3, surgem Argentina e Austrália, empatadas com 74%.
Quando se consideram as pessoas que realmente perderam dinheiro com esquemas fraudulentos, o total ascende a 23% dos inquiridos. Aqui, a América do Sul e África apresentam-se nos lugares cimeiros, onde este valor atinge 41%. Os países onde mais pessoas perderam dinheiro foram o Quénia, Argentina e Paquistão, com 53%, 44% e 39%, respetivamente. O estudo indica que os países em desenvolvimento têm mercados mais vulneráveis à fraude.
380,7 mil milhões perdidos para a fraude
Falando em valores propriamente ditos, este relatório estima que, nos últimos 12 meses, por todo o mundo, perderam-se 380,7 mil milhões de euros com fraudes. Os países que apresentaram a maior perda, em média, foram a Áustria, com 2485 euros, a Arábia Saudita, com 2163 euros, e a Austrália, com 2053 euros. Por outro lado, os países onde as perdas foram menores são a Roménia, a Indonésia e a Turquia, onde se perderam 97, 98 e 100 euros, respetivamente.
O relatório informa que 74% das vítimas reportaram a fraude ao serviço de pagamento e 30% conseguiu recuperar, pelo menos parcialmente, o seu dinheiro. O Médio Oriente e a Oceânia apresentam níveis de reporte mais elevados, de 85% e 80%, e também os mais altos de dinheiro recuperado, de 42% e 44%, respetivamente.
No que toca ao perfil das pessoas que foram vítimas de fraude, o relatório ilustra que, entre os tais 23% que perderam dinheiro, 27% pertencem à Geração Z e 26% são millennials. Com ensino superior são também 26% e 27% eram pais. 30% vinham de países com PIB baixo, com destaque para a América do Sul e África, onde o valor atinge 41%.
De acordo com o relatório, 64% das fraudes ocorrem até 24 horas após o primeiro contacto entre a vítima e o criminoso. Sobre os tipos de fraude mais comuns, surgem a fraude de compras, de investimento e de ‘unexpected money’. O mais raro é a chantagem ou a extorsão.
Já a forma mais comum de pagamento aos criminosos é a transferência bancária, com 29%. De seguida aparecem os cartões de crédito, atingindo 18%, e depois o cartão de débito e as ‘e-wallets’, ambas com 17%. Nas transferências destacam-se a Ásia, América do Sul e Médio Oriente. Por sua vez, nos cartões de crédito aparecem o Médio Oriente e a Oceânia. Nos de débito aparece, mais uma vez, a Oceânia em primeiro lugar. Já nas ‘e-wallets’, a Ásia destaca-se com 32%, bem acima de África e Médio Oriente, com 19%.
Os canais mais usados para as fraudes são as chamadas, em 53% dos casos, as mensagens, em 51%, e e-mail, com 47%. Entre as marcas de plataformas mais usadas surge o WhatsApp em primeiro lugar, com 53% a usarem-na nos últimos 12 meses. As plataformas menos utilizadas foram também aquelas onde leva mais tempo a detetar a fraude, como no QQ, o WeChat, o Roblox e o Reddit.
Os dados revelados pelo relatório indicam que 70% dos inquiridos afirma ter reportado a fraude pelo menos uma vez no último ano. Segundos os mesmos, 44% adianta que a plataforma agiu, mas 34% não.
35% dos inquiridos sentem que é obrigação do serviço público ou das organizações comerciais proteger as pessoas de criminosos. Já 45% das pessoas consideram que bancos devem ser sempre responsáveis pelos reembolsos.
Sobre o impacto na sua vida, 69% dos inquiridos admite ter ficado stressado ou muito stressado com a situação da fraude. 58% reporta pelo menos um impacto emocional e 37% pelo menos um impacto financeiro. Já 22% indicou zero impacto. Aqui há também uma discrepância entre países com PIB maior ou menor, sublinha o estudo.
Em termos de literacia sobre fraudes, 73% dos inquiridos considera-se confiante de que consegue reconhecer esquemas. O valor tende a baixar com a idade e o mercado com menos confiança é a Europa, onde o valor baixa para 68%.
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