A administração do Banco Sabadell reuniu e decidiu rejeitar, de novo, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA, que foi atualizada há cerca de uma semana. O banco visado continua a considerar o valor demasiado baixo e não recomenda aos acionistas aceitar a oferta. Contudo, um dos maiores investidores, o mexicano David Martínez, deixou a informação de que irá vender as suas ações ao abrigo da OPA.

Martínez possui 194.083.117 ações do Banco Sabadell, equivalentes a 3,86% do capital. “Decidi participar na oferta apresentada pelo BBVA porque considero que a futura consolidação em Espanha de ambas as instituições dará origem a uma entidade ainda mais competitiva”, justifica no comunicado emitido pela instituição.

O Sabadell continua a colocar o preço da OPA como a principal razão pela qual esta não deve seguir em frente. O banco considera que existe potencial de valorização até 26% acima do valor oferecido, após diferentes métodos de avaliação. O preço praticado pelo BBVA está muito próximo do valor de mercado do banco.

A par disto, o Sabadell reforça que a sua previsão de dividendos para os próximos anos é mais rentável aos acionistas. “Entre 2025 e 2027, o Banco Sabadell espera realizar distribuições de dividendos e capital aos seus acionistas de cerca de 40% da sua cotação atual, incluindo um dividendo extraordinário em dinheiro de 50 cêntimos por ação vinculado à venda do TSB, que deverá ser pago durante o primeiro trimestre de 2026”, sublinha. O banco realça que quem aceitou a oferta vai receber, em distribuições previstas, dividendos 21% a 28% abaixo.

A par disto, o BBVA destacou que os acionistas do Sabadell que entregassem as suas ações iam receber o dividendo intercalar do banco, em novembro, de 32 cêntimos, o mais elevado da história da instituição. No entanto, o banco catalão recorda que, aplicado o rácio da troca de ações da OPA, os acionistas do Sabadell vão receber 6,6 cêntimos por ação, que fica a menos de metade do dividendo intercalar de 14 cêntimos que o Sabadell já revelou que vai pagar.

Tal como já havia alertado, o Sabadell recorda que, no caso de o BBVA ficar com um valor entre 30% e 50% das ações, vai ser obrigado a lançar uma segunda OPA. Aqui, os acionistas que entregaram as ações na primeira oferta não podem beneficiar da mesma, ao mesmo tempo que incorrem nos riscos que esta comporta.