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Santander revê presença comercial no Reino Unido
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O Santander considera vender a sua operação de retalho no Reino Unido devido a desafios como as regras de "ring fencing" e outras exigências do regulador. Acionistas criticam a diversidade geográfica e, apesar de cortes, a área de Investimento mantém crescimento.
19 Jan 2025 - 19:26
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Pedro Castro Almeida, CEO do Santander Portugal
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Pedro Castro Almeida, CEO do Santander Portugal
O jornal britânico Financial Times adiantou na sua edição deste Sábado, dia 18 de janeiro, que o grupo Santander está a estudar a hipótese de vender a sua operação de banca de retalho no Reino Unido. Segundo fontes próximas do processo, esta avaliação surge na sequência de vários desafios que o banco comercial tem enfrentado no mercado inglês, nos últimos anos. As estritas regras de “ring fencing” que obrigam os bancos com dimensão significativa a separar totalmente as operações de retalho do banco de investimento bem como as exigência de governance impostas pelo FAC (Financial Conduct Authority, o regulador inglês) tem dificultado a rentabilidade da operação, sobretudo quando comparada com outros mercados onde o Santander está presente.
O recente processo em que os bancos ingleses se viram envolvidos a propósito da atribuição de comissões aos retalhistas do mercado automóvel, também não contribuiu para melhorar esta perceção. Recorde-se que a este propósito, o Banco Santander UK fez no 3º trimestre de 2024 uma provisão de 295 milhões de libras para fazer face a eventuais perdas no âmbito de um processo a correr nos tribunais ingleses.
O Santander UK é o resultado de uma sequência de compras de operações bancárias no Reino Unido que se iniciaram com a compra Abbey National, Alliance & Leicester e parte do Bradford and Brinkley, operações essas que foram encabeçadas pelo português António Horta Osório. A atual presidente do Grupo Santander, Ana Botin, foi presidente daquele banco inglês entre 2010 e 2014, data em que o assumiu as atuais funções na sequência da morte do seu pai, Emilio Botin.
Segundo o Financial Times, são vários os acionistas do grupo Santander – que perdeu cerca de 30% do seu valor em bolsa nos último 10 anos, desde que Ana Botin tomou posse – que contestam a enorme diversidade geográfica do grupo, uma característica que até há bem pouco tempo era vista como uma vantagem. O banco emprega 21 mil pessoas no Reino Unido e reportou lucros antes de impostos de 947 milhões de libras durante os primeiros nove meses de 2024, abaixo dos 1,73 mil milhões de libras no mesmo período do ano anterior, uma vez que a margem financeira caiu e foi feita a referida provisão de 295 milhões de libras para a decisão de financiamento automóvel.
Apesar de estar a rever a sua dimensão na área comercial – em outubro de 2024 anunciou o corte de 1400 postos de trabalho – o FT diz que as suas fontes indicam que a área Investimento e Corporate no mercado inglês continuará numa trajetória de reforço, como indicam as recentes contratações feitas nas equipas de banqueiros do Credit Suisse.
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