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Governador do Banco de Inglaterra alerta para possibilidade de risco sistémico com a falência da First Brands

O Santander participou na reestruturação da dívida da empresa norte-americana e poderá ter uma exposição de 55 milhões de dólares através das suas filiais no Brasil e no México.

21 Out 2025 - 12:40

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A falência do fabricante de peças automóveis norte-americano First Brands, que acumulou dívidas no valor de 9,3 mil milhões de euros, e da concessionária de automóveis Tricolor pode ser um sinal de alerta para riscos sistémicos mais amplos no sistema financeiro. O aviso foi deixado nesta terça-feira pelo governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que é simultaneamente presidente do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB).

“Estes casos são idiossincráticos ou são o que chamamos de ‘canário na mina’? Por outras palavras, estarão a dar um alerta para algo mais fundamental?… Penso que essa ainda é uma questão em aberto”, disse Bailey perante o Comité de Regulamentação Financeira da Câmara dos Lordes, citado pela agência Reuters.

O comité está a analisar o crescimento, desde 2008, dos chamados mercados privados — financiamento concedido a grandes empresas fora dos empréstimos bancários tradicionais ou da emissão pública de ações e títulos.

Bailey manifestou ainda preocupação com potenciais conflitos de interesse de empresas financeiras privadas que adquirem seguradoras de vida e que, por sua vez, compram ativos detidos por essas mesmas empresas financeiras privadas.

As ações de alguns bancos norte-americanos caíram nas últimas semanas devido à sua exposição às falências da First Brands e da Tricolor, que dependiam fortemente deste tipo de financiamento privado.

O banco espanhol Santander terá participado na reestruturação da dívida da First Brands, numa última tentativa de salvar a companhia antes da declaração de insolvência. A imprensa especializada espanhola refere que a exposição do Santander, através das suas filiais no México e no Brasil, poderá ascender a 55 milhões de dólares.

Entretanto, a Reuters divulgou uma tabela com os bancos norte-americanos mais expostos à falência da First Brands. O banco de investimento Jefferies, por exemplo, terá uma exposição de 715 milhões de dólares à empresa, e o seu CEO, Rich Handler, já afirmou publicamente: “Na minha opinião pessoal, acredito que fomos enganados.”

Também o banco suíço UBS terá uma exposição de 500 milhões de dólares à First Brands, e responsáveis da instituição já adiantaram que o banco está a avaliar o impacto de potenciais perdas.

A gestora de investimentos Millennium Management terá uma exposição de 100 milhões de dólares, montante que, segundo alguns relatórios citados pela Reuters, poderá representar uma perda total.

O Bank of America tem uma exposição ainda indeterminada, uma vez que integrou um sindicato bancário que concedeu vários empréstimos à First Brands.

Entretanto, um órgão regulador de falências do governo dos Estados Unidos pediu a um juiz que nomeasse um examinador independente para investigar a First Brands, alegando que os credores da fabricante de peças automóveis precisam de um relato imparcial sobre o colapso da empresa.

O Escritório do Administrador Judicial dos EUA, parte do Departamento de Justiça responsável pela supervisão de processos de falência, referiu num documento judicial apresentado na semana passada que há “amplos motivos para suspeitar que os atuais membros dos conselhos de administração ou da equipa de gestão executiva dos devedores possam ter estado envolvidos em fraude, desonestidade ou conduta criminosa na gestão dos negócios”.

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