A oferta que o banco espanhol BBVA fez ao concorrente Sabadell para o adquirir tinha, em média, um valor de 5,15%. No entanto, depois do adiamento do processo, fruto da decisão de investigação pela Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNVM), a oferta já desvalorizou e está agora nos 3,7%, segundo avança o jornal El Economista, nesta quarta-feira. Este prémio, ou “prima”, em espanhol, refere-se à evolução da relação entre os preços das ações dos dois bancos.

Olhando para as informações divulgadas no site do BBVA, fica-se a saber que, em outubro, o banco procedeu a uma alteração da sua oferta de forma a refletir a distribuição de dividendos aos acionistas de ambas as empresas. Assim, a proposta inicial de trocar 4,83 ações do Sabadell por uma ação do BBVA mudou para 5,0196 ações. Nesta situação, o BBVA admite manter o pagamento de 0,29 euros extra por troca que já estava em cima da mesa, para compensar o desconto do pagamento desses dividendos no preço das suas ações, o que teria deteriorado o prémio da equação cambial.

Além da aprovação necessária por parte o regulador espanhol, o banco basco precisa que a maioria dos acionistas do Sabadell aceitem este negócio. A este respeito, o Deutsche Bank fez uma análise que indica que o BBVA pode ainda acrescentar à sua oferta mais 2 mil milhões de euros em dinheiro, de forma a convencer os acionistas.

Segundo o banco alemão, isto representaria uma deterioração do rácio CET1 de 12,84% para 12,34%. No entanto, os mínimos exigidos pelo BCE ao BBVA situam-se nos 9,13%, dando uma folga considerável ao banco. Já o próprio BBVA tem como objetivo os 12%, estando, portanto, também acima desta meta.

Recorde-se que o BBVA anunciou a sua OPA ao Sabadell a 9 de maio de 2024, como se pode ler no site do próprio. Esta oferta hostil deu-se após uma primeira abordagem que foi rejeitada pelos acionistas do Sabadell por considerarem não refletir o valor do banco. A instituição expressou também preocupação com o possível impacto negativo na concorrência para o mercado de crédito das pequenas e médias empresas espanholas, como se lê no site do banco.