O Wells Fargo anunciou que se retirou da Net-Zero Banking Alliance (NZBA) a coligação setorial que visa alinhar os investimentos bancários com os esforços globais para combater as alterações climáticas.

A retirada engrossa a lista dos membros de elevado perfil que estão a sair de iniciativas climáticas devido à crescente pressão política.

A saída foi confirmada por um porta-voz do banco à Reuters. O Jornal PT50 consultou a lista de 145 bancos que compõem atualmente a iniciativa promovida pelas Nações Unidas e o Wells Fargo já não consta da mesma, bem como o Goldman Sachs, que anunciou a sua retirada poucos dias antes.

Estas saídas dos bancos americanos acontecem por pressão política dos Republicanos e após a vitória de Donald Trump, que vai regressar à Casa Branca para um segundo mandato. Na sua perspetiva, os compromissos climáticos dos bancos podem pôr em causa as economias locais, sobretudo aquelas mais dependentes de combustíveis fosseis.

Alguns estados norte-americanos, como o Texas e a Flórida, têm inclusive leis que punem instituições financeiras que adotam políticas contra o financiamento de atividades baseadas em combustíveis fósseis.

“A aliança prefere não ver nenhum banco sair, mas respeita a decisão que o Wells Fargo tomou com base nas suas próprias circunstâncias individuais”, disse, entretanto, um porta-voz da NZBA à Reuters.

A NZBA é um grupo de bancos “empenhados em alinhar as suas carteiras de empréstimos e investimentos com emissões líquidas nulas até 2050”, segundo explica a organização no seu site. Apesar de algumas retiradas, o porta-voz acrescenta que “o aumento geral de membros indica a importância da compreensão do risco climático e da transição para a neutralidade carbónica para bancos e empresas em todo o mundo”.

De salientar que a Caixa Geral de Depósitos e o Crédito Agrícola são os dois únicos bancos de Portugal listados Net-Zero Banking Alliance.