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Bancos com dificuldade em maximizar valor dos seus investimentos na ‘cloud’

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Análise do Capgemini Research Institute revela uma clara divisão entre a forma como as instituições financeiras tradicionais e as da nova era veem os seus investimentos nesta tecnologia. Destaca que 32% dos inovadores excedem os objetivos de ‘upsell

15 Nov 2024 - 11:27

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Foto: Pixabay

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A maioria dos bancos e seguradoras tem dificuldade em maximizar o valor dos seus investimentos na ‘cloud’, sendo que menos de 40% dos executivos de serviços financeiros afirmam estar muito satisfeitos com os seus resultados, conclui um novo estudo realizado pelo Capgemini Research Institute.

A análise revela uma clara divisão entre a forma como as instituições financeiras tradicionais e da nova era veem os seus investimentos em tecnologia na ‘cloud’. A maioria dos bancos e seguradoras adota estas soluções com o objetivo principal de aumentar a eficiência operacional (84%), enquanto as ‘fintechs’ e ‘insurtechs’ procuram a nuvem para acelerar as vendas (62%).

A análise sugere ainda que apenas 12% das organizações de serviços financeiros podem ser consideradas “inovadoras na cloud”.

As instituições financeiras estão a enfrentar um ambiente difícil, que vai desde a recolha de dados e ineficiências de gestão, lacunas na cibersegurança, complexidades regulamentares, até à evolução das expectativas dos clientes. De acordo com o relatório, os bancos e as seguradoras estão a recorrer cada vez mais a soluções na nuvem para atenuar estes riscos. Isso é evidente em um aumento de 26% na menção de termos relacionados à nuvem nos relatórios anuais das 40 principais empresas bancárias e de seguros de nível um em todo o mundo entre 2020 e 2023.

Segundo a análise, as instituições enfrentam obstáculos para maximizar o valor da ‘cloud’, pois os desafios operacionais continuam a influenciar os tomadores de decisão de nível C, desacelerando o retorno das iniciativas e investimentos de transformação da ‘nuvem’.

Menos de 40% dos executivos afirmam estar muito satisfeitos com os resultados gerais da sua solução de ‘cloud’, incluindo a sua capacidade de fornecer custos operacionais reduzidos (33%), escalabilidade melhorada (27%), inovação acelerada (26%), dados e análises avançados (24%) e segurança e conformidade melhoradas (21%).

O relatório salienta que os desafios surgem devido ao facto de as instituições financeiras adotarem uma abordagem de “lift-and-shift” à migração para a nuvem, à rápida expansão que produz custos superiores aos previstos, a modelos de preços complicados e a práticas ineficientes de governação e gestão.

A adoção desta tecnologia “deve ser encarada como o início de uma viagem transformadora que alimenta o crescimento empresarial a longo prazo, e não como o jogo ou destino final”, salienta Ravi Khokhar, diretor global de ‘cloud’ para serviços financeiros da Capgemini. E acrescenta: “O que fica claro em nossa pesquisa é que, embora a tecnologia seja vista pelas instituições financeiras como um bloco de construção, algumas empresas ainda consideram a nuvem uma medida de economia de custos, enquanto os disruptores inovadores a aproveitam para redefinir as suas operações”.

Por isso, na sua perspetiva, “ao adotar uma abordagem nativa da cloud para promover uma cultura de inovação, os bancos e seguradoras estarão mais bem posicionados para fornecer novos produtos e serviços, entrar em novos mercados e aumentar a satisfação do cliente”. Com a IA generativa agora no topo da agenda, “uma base tecnológica baseada na nuvem também pode ajudar o setor a maximizar o investimento em novas tecnologias em escala”, defende.

Instituições financeiras enfrentam cenário operacional complexo

Os bancos e as seguradoras detêm uma grande quantidade de dados pessoais, financeiros e transacionais sobre os seus clientes. No entanto, enfrentam vários desafios para lidar com esses dados e mantê-los seguros.

De acordo com o relatório, três preocupações principais foram destacadas pela maioria dos executivos do setor:

  • Sistemas antigos que impedem a integração de dados em silos (71%)
  • Proteção dos dados dos clientes e dificuldade em manter a privacidade (70%)
  • Falta de qualidade dos dados, incluindo informações incorrectas e em falta (69%)

Com a Lei Europeia de Resiliência Operacional Digital (DORA), que entrará em vigor em janeiro de 2025, e as crescentes pressões regulamentares a nível mundial, as instituições financeiras enfrentarão em breve requisitos de conformidade ainda mais rigorosos, em especial no que respeita à utilização crescente de plataformas tecnológicas e de terceiros. A recente decisão do Consumer Financial Protection Bureau sobre a banca aberta, conhecida como Secção 1033 da Lei Dodd-Frank, reforça a importância das soluções nativas da ‘cloud’ para fornecer a escala necessária, manter o custo da troca de dados baixo para a indústria e permanecer em conformidade, defendem os analistas. O aumento dos dados, da segurança e das restrições regulamentares significará que as organizações terão de trabalhar mais para obter informações significativas e dar prioridade à inovação.

O mesmo relatório destaca ainda que 81% dos executivos consideram que a falta de tecnologia adequada impede os seus objetivos comerciais. A maioria dos inquiridos considera a inteligência artificial (81%), a análise preditiva (75%) e a automatização de processos robóticos (65%) cruciais para apoiar um ecossistema de nuvem.

No entanto, as instituições financeiras tradicionais não têm atualmente a maturidade e as competências necessárias para estas tecnologias: 15% apresentam maturidade de capacidade em IA, 30% apresentam maturidade de capacidade em análise preditiva e 22% apresentam maturidade de capacidade em automação de processos robóticos.

Aposta na inovação e em soluções ‘cloud native’

Com base na investigação, apenas 12% dos bancos e seguradoras podem ser classificados como inovadores na ‘cloud’ que utilizam uma visão apoiada por plataformas escaláveis e ecossistemas maduros para gerar resultados superiores de primeira linha.

Segundo os dados, esta estratégia está a colher recompensas significativas. Nomeadamente, 32% dos inovadores excedem os objetivos de ‘upsell’ e ‘cross-sell’, em comparação com 12% dos seus homólogos. Também 32% excedem os objetivos de monetização de dados, contra 10% dos outros bancos e seguradoras. E 22% excedem os objetivos de desenvolvimento de produtos inovadores, em comparação com 10% das instituições financeiras, destaca o relatório.

Para acelerar a eficiência operacional e a inovação, o relatório sugere que os bancos e as seguradoras devem aplicar uma abordagem orientada para os dados e centrada na ‘cloud’. Para tal, é necessário prestar atenção à criação de aplicações nativas para a ‘nuvem’, investir em profissionais com competências ‘, criar uma cultura que incentive a partilha de ideias e de melhores práticas e democratizar o acesso à tecnologia para todas as equipas, sugerem os analistas.

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