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BCE corta taxas de juro em 25 pontos base
O Conselho do Banco Central Europeu baseou a sua avaliação nas perspetivas de inflação e da força da transmissão da política monetária. Inflação global deverá situar-se nos 2,4% em 2024, 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026.
12 Dez 2024 - 13:32
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Foto: Christine Lagarde | Parlamento Europeu
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Foto: Christine Lagarde | Parlamento Europeu
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira reduzir as suas três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, naquele que foi o quarto corte deste ano.
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 3,00%, 3,15% e 3,40%.
Em comunicado, o BCE explica que “a decisão de reduzir a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito – a taxa através da qual o Conselho do BCE define a orientação da política monetária – baseia-se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”.
Os especialistas do Eurosistema projetam que a inflação global se situe, em média, em 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027, ano em que passa a estar operacional o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia alargado. Relativamente à inflação excluindo preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares, projeta-se uma média de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027. “O processo desinflacionista está bem encaminhado”, refere o BCE.
Inflação vai estabilizar nos 2%
A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE. A inflação interna desceu ligeiramente, mas permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação, explica o banco central.
“O processo de desinflação está bem encaminhado”, referiu a presidente do BCE, Christine Lagarde. E acrescentou: “A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação se fixará em torno do nosso objetivo de médio prazo de 2% numa base sustentada. A inflação interna diminuiu ligeiramente, mas continua elevada, principalmente porque os salários e os preços em certos sectores ainda se estão a ajustar ao passado aumento da inflação com um atraso substancial”.
A presidente do BCE explicou ainda que “as condições de financiamento estão a ser facilitadas, uma vez que as recentes reduções das taxas de juro tornam gradualmente os novos empréstimos menos dispendiosos para as empresas e as famílias. Mas continuam a ser restritivos porque a nossa política monetária continua restritiva e os aumentos anteriores das taxas de juro ainda se repercutem no stock de crédito pendente”.
Recuperação mais lenta
Os especialistas do Eurosistema esperam agora uma recuperação económica mais lenta do que o avançado nas projeções de setembro. Não obstante a recuperação do crescimento no terceiro trimestre deste ano, os indicadores de inquéritos apontam para um abrandamento no trimestre atual.
“A economia deverá fortalecer-se ao longo do tempo, embora de forma mais lenta do que o anteriormente esperado. O aumento dos salários reais deverá fortalecer as despesas das famílias. Um crédito mais acessível deverá impulsionar o consumo e o investimento. Desde que as tensões comerciais não aumentem, as exportações deverão apoiar a recuperação à medida que a procura global aumenta”, referiu Lagarde.
Os especialistas projetam que a economia registará uma taxa de crescimento de 0,7% em 2024, 1,1% em 2025, 1,4% em 2026 e 1,3% em 2027.
A recuperação projetada assenta principalmente na subida dos rendimentos reais – que deverá permitir às famílias consumir mais – e no aumento do investimento das empresas. Com o tempo, o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva deverá apoiar a retoma da procura interna.
“O Conselho do BCE está determinado a assegurar que a inflação estabilize, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%. Seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária”, refere no comunicado.
Mais especificamente, as decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro basear-se-ão na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária. O Conselho do BCE não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica.
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