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BCE: criptoativos não ameaçam estabilidade financeira, mas exigem vigilância contínua
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Analistas referem que o nível de integração com o setor financeiro tradicional ainda é baixo, mas tal pode mudar rapidamente com o avanço tecnológico e a crescente adoção de ativos digitais por instituições financeiras e investidores.
27 Fev 2025 - 09:58
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O Banco Central Europeu (BCE) divulgou um relatório sobre o estado atual dos criptoativos e os seus potenciais impactos na estabilidade financeira da Zona do Euro. O estudo, conduzido pelo Grupo de Especialistas em Monitorização de Criptoativos (CAMEG), destaca que, apesar do rápido crescimento do setor, os riscos sistémicos ainda são limitados. No entanto, a instituição reforça a necessidade de uma vigilância contínua para mitigar possíveis ameaças futuras.
O relatório aponta que, de momento, os criptoativos não apresentam uma ameaça significativa à estabilidade do sistema financeiro europeu. Tal deve-se, em parte, ao nível “relativamente baixo”de integração com o setor financeiro tradicional, escrevem os analistas. Contudo, ressaltam que esse cenário “pode mudar rapidamente”, especialmente com o avanço de novas tecnologias e a crescente adoção de ativos digitais por instituições financeiras e investidores.
A volatilidade do mercado cripto e os riscos associados a golpes, lavagem de dinheiro e financiamento ilícito são os pontos de preocupação destacados. Além disso, o BCE observa que a regulamentação ainda está em evolução, o que pode representar desafios para a monitorização e a mitigação de riscos.
A vigilância do CAMEG
Para garantir que o setor cripto não se torne uma ameaça ao sistema financeiro, o BCE criou o CAMEG no final de 2023, reunindo especialistas dos bancos centrais do Eurosistema e do Conselho Europeu de Risco Sistémico (ESRB). A missão do grupo é fornecer uma análise contínua e detalhada da evolução do mercado de criptoativos e identificar potenciais riscos emergentes.
Durante a conferência inaugural do CAMEG, realizada em outubro de 2024, especialistas discutiram temas como a identificação de investidores e utilizadores de criptoativos, a interseção entre finanças tradicionais e digitais e a necessidade de desenvolver indicadores de alerta precoce.
O relatório conclui que é fundamental ampliar os esforços de monitorização, especialmente perante o crescimento das ‘stablecoins’ e da tokenização de ativos tradicionais.
Assim, o BCE destaca que, embora os criptoativos não representem um risco iminente, a sua evolução rápida exige uma abordagem proativa por parte das autoridades reguladoras. O fortalecimento da monitorização e a colaboração internacional serão essenciais para antecipar e mitigar possíveis impactos adversos sobre o sistema financeiro, sublinham os analistas.
A instituição reforça que continuará a aprimorar metodologias de análise e a expandir a cooperação com outras entidades reguladoras europeias e internacionais. O objetivo é garantir que o setor de criptoativos cresça de maneira controlada e segura, sem comprometer a estabilidade económica da região.
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