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“Falta-nos um mercado de capitais eficiente que transforme poupanças em investimentos”
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A presidente da Comissão Europeia alerta que, todos os anos, 300 mil milhões de euros das poupanças das famílias europeias são investidos no estrangeiro, impedido as empresas europeias de aceder a esse capital.
21 Jan 2025 - 13:57
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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia | Foto: FEM/Boris Bal
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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia | Foto: FEM/Boris Bal
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, voltou a frisar a importância de se constituir um mercado de capitais eficaz na Europa, que consiga absorver e rentabilizar as poupanças e sustentar o crescimento económico. “A Europa precisa de um mercado de capitais profundo e líquido. As poupanças das famílias europeias atingem quase 1,4 biliões de euros, em comparação com pouco mais de 800 mil milhões de euros nos Estados Unidos. Mas as empresas europeias têm dificuldade em aceder a esse capital e obter o financiamento de que necessitam, porque o nosso mercado de capitais nacional está fragmentado”, referiu von der Leyen, no seu discurso em Davos, Suíça, nesta terça-feira.
A presidente da Comissão Europeia sustentou que, da forma como o mercado de capitais está montado, o dinheiro “é empurrado” para o estrangeiro. “Todos os anos, 300 mil milhões de euros das poupanças das famílias europeias são investidos no estrangeiro. Esta é uma questão fundamental que trava o crescimento das nossas start-ups tecnológicas e impede de inovar o nosso setor das tecnologias limpas”, sublinhou.
Von der Leyen frisou que à Europa não falta capital, mas sim “um mercado de capitais eficiente que transforme as poupanças em investimentos, especialmente no que respeita às tecnologias em fase inicial com potencial para mudar o jogo”, referiu.
Nessa medida, acrescentou que se vai criar uma União Europeia da Poupança e do Investimento, com novos produtos europeus de poupança e investimento, novos incentivos ao capital de risco e um novo impulso para assegurar um fluxo contínuo de investimento em toda a nossa União. “Mobilizaremos mais capital para permitir que a inovação e a assunção de riscos made in Europe prosperem”, anuiu.
Von der Leyen defendeu também que é preciso reter o talento que a abandonar a União Europeia por ser mais fácil desenvolver as suas empresas noutros locais. Tmbém chamou a atenção para o facto de muitas empresas estarem a atrasar o investimento na Europa devido a “burocracias desnecessárias”.
Nova Bússola para a Competitividade
No seu discurso, a presidente da CE sublinhou também uma “mudança radical nos assuntos mundiais” nos últimos 25 anos. Von der Leyen afirmou que o mundo está numa “corrida contra o tempo” para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas e aproveitar as oportunidades da inteligência artificial.
Para sustentar crescimento a UE, no próximo quarto de século, a Europa “precisa mudar de marcha”, salientou, recordando o relatório Draghi sobre a competitividade europeia, que vai dar origem à Bússola de Competitividade, que a CE apresentará na próxima semana e que servirá de roteiro para os próximos cinco anos.
Von der Leyen reforçou que é preciso simplificar regras e que, por isso, será lançada uma simplificação abrangente das regras de financiamento sustentável e de diligência devida “due diligence). E criticou que o mercado único europeu “ainda tem demasiadas barreiras nacionais”, o que faz com que as organizações por vezes tenham de lidar com 27 legislações nacionais. “Em vez disso, ofereceremos às empresas inovadoras a possibilidade de operarem em toda a União Europeia ao abrigo de um único conjunto de regras”, prometeu. “Chamemos-lhe o 28º regime: direito das sociedades, insolvência, direito do trabalho, fiscalidade – um quadro único e simples em toda a nossa União. Isto ajudará a eliminar os obstáculos mais comuns à expansão em toda a Europa. Porque a escala continental é o nosso maior trunfo num mundo de gigantes”, referiu.
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