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Maioria dos bancos centrais está a testar moedas digitais
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Banco de Pagamentos Internacionais analisa a emergência das Moedas Digitais de Bancos Centrais em vários países e destaca que têm potencial para aumentar a eficiência e reduzir custos, que podem chegar aos 50%.
24 Jan 2025 - 09:04
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Foto: Freepik
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A grande maioria dos bancos centrais a nível global (93%) já está a explorar ou a desenvolver iniciativas relacionadas com a criação de Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDC, na sigla em inglês), refletindo o crescente interesse e a necessidade de adaptação às mudanças no sistema financeiro.
Um relatório realizado pelo Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês) aponta que as CBDC têm o potencial de transformar significativamente as infraestruturas de pagamentos, aumentando a eficiência e reduzindo custos, que podem ser cortados em até 50% em transações transfronteiriças.
O estudo examina as tendências emergentes, bem como os desafios associados à implementação destas moedas digitais e o impacto destas no futuro das infraestruturas de pagamentos.
“As moedas digitais do banco central e os sistemas de pagamento rápido (FPS) partilham uma série de semelhanças. Ambos permitem transações instantâneas para utilizadores finais, podem contar com infraestruturas subjacentes operadas pelo banco central e podem permitir um papel importante para os prestadores de serviços de pagamento privados oferecerem os seus serviços aos utilizadores finais. A principal diferença é que os CBDC são uma nova forma de dinheiro do banco central para o público em geral, enquanto os FPS até à data permitem aos utilizadores finais transferir dinheiro privado, por exemplo, dinheiro de um banco comercial ou dinheiro eletrónico”, explica o BIS.
Soluções complementares
Entrevistas com bancos centrais em 14 jurisdições do mundo (em diferentes fases de implementação de uma CBDC e/ou de um FPS) mostram que alguns consideram que é necessário que ambos cumpram objetivos políticos diferentes e se complementem.
Segundo o BIS apurou, algumas jurisdições estão a optar por uma CBDC, enquanto outras optam por introduzir um FPS ou ambos.
O relatório compara também os desafios e riscos emergentes relacionados com as CBDC e os FPS. “A nossa principal conclusão é que a escolha entre um CBDC de retalho ou um FPS, ou ambos, é muito contextual e dependerá das características do mercado, do ecossistema e do grau de maturidade e inovação das infraestruturas de pagamento existentes num país. As decisões relativas a um CBDC de retalho, FPS ou ambos envolvem considerações importantes sobre os fatores de sucesso, as escolhas de conceção e o papel dos bancos centrais e do setor privado”, conclui o BIS.
O documento sublinha também que a inclusão financeira pode beneficiar de forma significativa, dado que 24% da população mundial ainda não tem acesso a serviços bancários tradicionais. As CBDC podem facilitar o acesso a pagamentos digitais seguros e acessíveis, particularmente em economias emergentes.
Preocupação com a privacidade
No entanto, o relatório destaca os desafios relacionados com a estabilidade financeira e privacidade dos utilizadores. Cerca de 76% dos bancos centrais identificaram a proteção de dados como uma preocupação prioritária no desenvolvimento de moedas digitais, enfatizando a necessidade de equilibrar privacidade com a prevenção de atividades ilícitas, como o branqueamento de capitais.
Outro tema central é a interoperabilidade, que o relatório considera um fator crucial para o sucesso das CBDC. A falta de integração entre sistemas digitais pode aumentar custos e criar ineficiências, mas uma arquitetura interoperável tem o potencial de melhorar drasticamente os fluxos financeiros globais. Atualmente, apenas 29% dos projetos-piloto em curso têm como foco principal a interoperabilidade.
O relatório inclui ainda exemplos concretos de países que lideram esforços nesta área. Na Suécia, o projeto da e-krona conseguiu avançar para fases práticas de teste, enquanto na China o yuan digital já foi utilizado por mais de 260 milhões de utilizadores, demonstrando o impacto em larga escala das CBDC.
Os autores concluem que, apesar de promissoras, as CBDC exigem um planeamento cuidadoso e uma colaboração internacional robusta para maximizar benefícios e mitigar riscos.
Com 58% dos bancos centrais a preverem a emissão de uma CBDC nos próximos cinco anos, estas moedas digitais serão, segundo os analistas, um dos temas mais relevantes no futuro do sistema financeiro global.
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